Vegas

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Na manhã seguinte agimos como se não houvesse nada diferente. Chegamos cedo, ele apresentou minha agenda confirmando duas reuniões que tinha fora do escritório.

- Não voltarei esta tarde.

Ele pareceu confuso, verificando seu caderno.

- Você não tem nada marcado em sua agenda.

- Eu mesmo marquei o compromisso, questão pessoal, tire a tarde de folga.

- O que disse?

Suspirei.

- Sr. Saengtham, você não entende a minha língua? Tire a tarde de folga.

- Mas...

- Tire a tarde de folga- Baixei a voz- Na minha casa às sete, ok?

- Ok - Ele expirou.

- Pode ir.

Ele hesitou antes de retirar um envelope de seu bloco de anotações e colocá-lo em cima da mesa. Ele saiu sem dizer nada e fechando a porta. Peguei o envelope para verificar e me deparei com uma lista sobre ele. Coisas que ele pensou que eu deveria saber: datas pertinentes, comida, gostos e desgostos em geral. Ótima ideia. Isso economiza muito tempo, farei uma também.

----------vp----------

Pete era pontual e chegou na hora marcada. Abri minha porta deixando-o entrar, o silêncio pairou no ar. Havia uma certa rigidez entre nós e eu sabia que teríamos que mudar isso se quiséssemos que o plano desse certo.

Eu o levei ao balcão da cozinha e lhe dei uma taça de vinho.

- Pedi comida italiana.

- Não precisava.

- Acredite, você não quer que eu cozinhe. Não sobreviveria - Dei risada- Não tenho certeza se a cozinha ficaria intacta.

- Eu gosto de cozinhar - ele ofereceu um sorriso discreto.

Aquilo me incentivou a colocar uma pasta diante dele.

- Mandei fazer um contrato esta tarde. Leia.

- Ok.

- Fiz também uma lista como a sua. Aqui - coloquei ela diante dele- Precisamos conversar sobre o que há nela.

Ele assentiu e verificou os papéis. Eu então empurrei um envelope em sua direção.

- Seu primeiro pagamento.

Ele esperou e não tocou nele.

- Pegue, faz parte do acordo.

Mesmo assim ele não tocou.

- Pete -Usei a minha voz mais firme- Pegue ou não poderemos continuar. É um emprego e esse é seu pagamento. Simples.

Finalmente, ele o pegou e nem se importou em olhar.

- Quero que peça demissão amanhã.

- Por quê?

- Quero você fora de lá, se o plano der certo, e dará, vou informar a todos rapidamente... não quero que você participe do caos.

Ele mordeu o interior da boca, nervoso.

- O quê? - soltei já impaciente com esse comportamento dele.

- E se não der certo? Você... você vai me dar uma carta de recomendação? Vou ter que conseguir outro emprego.

- Já cuidei disso, tenho os meus contatos, não precisa se preocupar e quanto a sua pergunta eu escreverei um carta de recomendação brilhante.

- Mesmo eu sendo um assistente nojeto?

The ContractOnde histórias criam vida. Descubra agora