Pete

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Eu o amo.

Posso ouvir os sons das ondas se quebrando na praia, a areia embaixo de mim e Gray todo macio no meu colo. Tudo isso deveria me tranquilizar, trazer paz. Só que não estou em paz. Estou perdido e acabado. Estou grato por Meg não estar mais presa aos seus eternos momentos de esquecimento e medo, mas eu sinto falta dela. Sinto falta de tudo. Sua voz, seu sorriso, a forma como bagunçava os meus cabelos, seus momentos raros de claridade.

Se ela estivesse aqui eu poderia conversar com ela, dizer o que estou sentindo e ela me diria o que fazer.

Estou apaixonado pelo meu marido.

Alguém que não tem os mesmos sentimentos que o meu. Alguém que não queria o amor em sua vida, provavelmente não conseguia nem se amar. Ele nunca foi capaz de ver suas qualidades; aquelas que ele guardava bem no fundo para não se magoar.

Ele mudou muito desde o dia que me pediu para fingir ser seu noivo. Lentamente, eu vi emergir outro lado dele. Meg provavelmente quebrou as barreiras que restavam. Ela o fez lembrar de uma época em que ele sentia o amor de outra pessoa. Gustav Kittisawasd mostrou a ele como era trabalhar com e não contra. Provou a Vegas que haviam boas pessoas e que ele poderia fazer parte de um grupo positivo. A família dele mostrou uma versão diferente do que ele acreditava ser uma família. Havia amor, carinho e apoio.

Eu quero pensar que tive algo a ver com a mudança. Que de alguma forma eu tenha mostrado que é possível amar. Talvez não eu, mas que ele fosse capaz de poder ter esse sentimento - amor.
Que ele poderia dar e receber.

Não sei bem quando percebi que tinha me apaixonado por ele. Talvez houvesse sido plantada uma semente no dia do nosso casamento e ela tivesse crescido conforme ele mudava suas atitudes.

O dia em que Porsche apareceu foi o dia que eu sabia que o amava. Eu vi diante de mim várias versões dele.

A dor de cabeça dele o deixando vulnerável fazendo com que não apenas permitisse o meu carinho, mas também gostasse. Suas brincadeiras doces e engraçadas, quase beirando a afeição.

Quando ele foi para cama mostrou um outro lado. Sua voz era baixa enquanto me consolava, suas desculpas eram sinceras. Eu já havia o perdoado há muito tempo atrás, antes dele pedir. Então ele se aproximou e me fez sentir seguro. Dormi satisfeito e com seu calor ao meu redor.

Na manhã seguinte, eu vi outro lado. Sexy e engraçado ao acordar entrelaçado comigo; a forma como ele mandou Porsche embora para fora do quarto, me beijando até eu ficar sem ar. Quando ele comentou sobre expandir nossos limites o meu coração acelerou, e então eu sabia, pela primeira vez na vida, eu tinha me apaixonado.

Porém, infelizmente, ele nunca mudaria o suficiente para permitir meu amor. Nunca iria querer.

Tínhamos um trato e para nossa surpresa nos tornamos amigos. Os insultos foram substituídos por brincadeiras, e sua atitude desprezível havia mudado. Mas eu sabia que era apenas isso para ele. Um amigo. Um colaborador.

Suspiro conforme meus pés entram mais na areia e meus dedos acariciam Gray. Tenho que entrar logo. O sol já vai se pôr. Fico relutante ao pensar que mesmo dormindo eu vou ficar pensando nele. Hoje vai ser outra noite perambulando inquieto. Fecho os olhos e vejo a imagem dele.

Vegas.

Meus olhos ardem quando lembro dele cuidando de mim quando Meg morreu. Ele agia como se eu fosse quebrar se ele falasse alto. Quando ele me levou para sua cama, com a intenção de me consolar, eu sabia que tinha que deixar ele. Não iria mais conseguir esconder os meus sentimentos. Não suportaria ver a máscara dele, arrogante e fria, que ele usa para se esconder quando ouvisse minha confissão. É isso que ele faria.

The ContractOnde histórias criam vida. Descubra agora