Vegas

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Não acredito que usei o termo noivo.
Mas pensando bem eu não posso simplesmente dizer aos outros que ele é o meu namorado, namoros terminam todos os dias, porém falar a eles que ele é meu noivo torna o nosso relacionamento mais concreto e duradouro. Na mente de Gustav já até moramos juntos. Então é esse o termo certo para dizer ao sr.Saengtham.

Eu imaginei vários cenários de como seria a reação dele quando eu falasse e então quando eu digo a ele eu fico atento a cada movimento, nos primeiros segundos ele fica paralisado, olha para os lados e faz algo que nem se passou pela minha mente: ele vira o rosto com os olhos vermelhos na minha direção como se fosse chorar e levanta do sofá rapidamente.

— ISSO É ALGUM TIPO DE PIADA PARA VOCÊ? - Ele grita e retorna a olhar ao redor do apartamento- VOCÊ ESTÁ GRAVANDO ISSO PARA RIR DE MIM DEPOIS?

Eu fico sem palavras, é isso o que ele pensa de mim? Eu copio o seu movimento e também levanto já preparado para me explicar, mas ele é mais rápido.

— Não basta me tratar como um lixo no trabalho? Agora quer brincar comigo depois dele? - ele faz uma breve pausa, mas mesmo assim não me deixa interrompê-lo- Você descobriu que eu sou gay e resolveu fazer essa pegadinha de mal gosto? Você acha ela engraçada? Pois eu não!

Ele começa a ir em direção a porta. Eu fico em choque pela explosão de raiva repentina que veio dele, utilizo alguns segundos para me recompor e vou correndo atrás dele, nem nos meus maiores pesadelos algo assim aconteceria.

— Sr. Saengtham eu lhe garanto que não é nenhuma pegadinha- consigo alcançá-lo, seguro no braço dele e uso a minha voz mais persuasiva- Ouça o que eu tenho a dizer, por favor.

Os ombros dele relaxaram e ele me permitiu que eu o levasse de volta para o sofá. Nos sentamos e as palavras dele ficavam ressoando na minha mente "Não basta me tratar como um lixo no trabalho? Agora quer brincar comigo depois dele?" O que ele achava que eu ia fazer? Olhei na direção dele e pensei que talvez eu merecesse essa cautela da parte dele. E a parte sobre eu descobrir que ele era gay nem fez sentido, ele estava escondendo? Eu saberia a quilômetros. Balanço a cabeça para afastar esses pensamentos e começo a explicar.

— Como eu disse, estou planejando me demitir e conseguir um emprego em outro lugar, a empresa que eu quero é totalmente diferente da nossa, eles valorizam os funcionários; para eles, família e integridade são prioridades.

Ele uniu as sobrancelhas, mas não disse nada.

— Para mim conseguir o emprego eu preciso convencê-los de que eu não sou a pessoa que eles acham.

— Que é...?

— Arrogante, egoísta - Inspirei fundo- Um tirano que nunca teve um relacionamento estável.

Ele inclinou a cabeça; sua voz foi baixa e firme.

— Perdoe minha grosseria, sr. Theerapanyakul, mas você é exatamente assim.

— Sei disso - Levantei e andei um pouco-  Também sou bom no que faço e estou cansado de ser pisado por Gun - Sentei-me- Senti algo conversando com Gustav Kittisawasd... algo que não sinto a muito tempo, empolgação e animação.

Ele arfou.

— Gustav Kittisawasd? Você quer entrar no Grupo Kittisawasd.

— Exatamente.

— Eles raramente contratam.

— Há uma abertura. Eu quero isso.

— Mas não entendi onde eu entro nessa história.

— Ele não vai contratar alguém a não ser que sinta que esse alguém se encaixe na imagem que ele tem: família em primeiro lugar - inclinei-me - Eu tinha de convencê-lo de que não era a pessoa da qual eles ouviram falar. Disse a ele que estava saindo da empresa de Gun porque me apaixonei e queria um estilo de vida diferente.

The ContractOnde histórias criam vida. Descubra agora