Vegas

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Não vou deixá-lo fugir de mim.

Entro no quarto e ele é exatamente como eu imaginava pela descrição. Havia um sofá em frente à lareira - que provavelmente nunca deve ter sido usada. Tinha uma pequena cozinha com uma mesa, duas cadeiras e um frigobar. Uma porta aberta levava a um banheiro, outra estava fechada - provavelmente é o quarto. As paredes eram azuis e todos os móveis combinavam.

Sento com Pete no sofá, confiro se Gray nos seguiu e o vejo já deitado em um tapete felpudo, gatinho preguiçoso. Ele nem me deu bola.

Envolvo meus braços ao redor de Pete e o seguro forte enquanto ondas de alívio passam pelo meu corpo. Ele estremece e exala uma respiração baixa e comprida.
Seguro sua cabeça com minhas mãos e o beijo na testa.

— Não acredito que está aqui.

— Você pensou mesmo que eu não tentaria te encontrar, Pete?

— Não sei. Não estava pensando. Só sabia que precisava ir.

Aperto as mãos dele.

— Por que você fugiu?

— Porque eu... eu me apaixonei por você, e não pensei que pudesse me amar. Como eu não iria conseguir mais esconder, você iria perceber como eu me sentia, você iria...

Meu coração se contrai com as palavras dele. Ele me ama. Aperto suas mãos novamente para incentivá-lo.

— Eu iria o quê?

— Iria se transformar no Vegas que eu detestava e provavelmente riria de mim. Como você não precisava mais de mim, iria me dizer para ir embora. Pensei que seria mais fácil se eu já fosse.

— Planejava voltar?

— Só para pegar minhas coisas e saber o que você queria. Presumi que não ia me querer por perto.

— Pensou errado. Em tudo. Eu preciso de você e o quero de volta. Eu... - Vacilo.- Eu te amo.

Ele olha para nossas mãos unidas, então volta-se para mim. A confusão estava estampada em seu rosto; a descrença estava em seus olhos. Eu não posso culpá-lo, mas quero que acredite em mim.

— Você não acredita em mim.

— Não sei no que acredito. - Ele admite.

Aproximo-me para convencê-lo da minha sinceridade. Meu olhar varre ao redor enquanto reflito em minhas palavras, pouso meu olhar na pequena urna apoiada na lareira.

— Você trouxe as cinzas de Meg para espalhá-las aqui? - Pergunto.

— Sim, tivemos muitos momentos felizes aqui. Ela trabalhava duro para mim poder vim todo ano. Ela e meu avô costumavam vir também. Ela jogou as cinzas dele, na praia. - Ele engole, falando com a voz trêmula. - Pensei que de alguma forma eles pudessem se encontrar. - Seu olhar se ergue para mim. - Acho que isso parece bobo.

Ergo minha mão até a bochecha dele e acaricio.

— Não é bobo. É um gesto carinhoso. Algo que só uma alma caridosa como a sua pensaria.

— Uma alma caridosa?

— Você é assim, Pete. Percebi isso há algumas semanas, quando parei de ser um idiota. Observei você, a forma como era com Meg. As conversas que tinha com a família Kittisawasd. A gentileza com os funcionários na casa de repouso. - Passo novamente meu polegar em sua bochecha macia. - A forma como me tratava. Você se doa. Não pensei que existisse alguém assim. - Aproximo-me mais, precisando que ele visse a sinceridade em meus olhos. - Nunca pensei que alguém como você pudesse fazer parte da minha vida.

The ContractOnde histórias criam vida. Descubra agora