Vegas

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Abro a porta e escuto vozes.
Depois de alguns segundos eu reconheço quem é e involuntariamente começo a rir.
É Porsche... de novo.

— Pete, meu bem!

Escuto os passos vindo até mim e então ele aparece. Fiquei surpreso ao ver seu rosto, normalmente calmo e feliz, com uma expressão um pouco acaba. Ele vem na minha direção e me abraça colocando os braços ao redor dos meus ombros.

— Você está bem, Pete? - Murmuro baixinho.

— Porsche tem medo de tempestades... Kinn não está na cidade. Ele perguntou se podia ficar aqui e eu jamais poderia negar. Porsche vai ficar até ela passar. - Pete diz em alerta e eu entendo o tom de suas palavras.

— Seu quarto? - Pergunto preocupado.

— Sim.

— Como ele está?

— Arrumado.

— Então tudo bem.

— Mas nã...não.

— Tudo bem.

Puxo ele e vou andando em direção a Porsche. O vejo pálido e com medo ele nem parece alguém que fala pelos cotovelos e está sempre animado.

— Desculpa, Vegas. É que tempestades me deixam apavorado e como o Kinn está fora e os outros da família também... a casa ficou grande demais.

Sento ao seu lado e dou um tapinha na perna dele.

— Está tudo bem, estou feliz que veio.

— Pete disse que vocês não tinham nenhum plano para hoje.

— Não... Na verdade, estou com muita dor de cabeça. Só quero uma noite tranquila.

Levanto-me.

— Vou tomar banho.

— Vou levar um remédio para dor de cabeça. - Pete oferece. - Você está pálido.

— Vai passar.

Passo por ele e deposito um beijo em sua testa em agradecimento pela preocupação.

— Obrigado... o remédio vai ajudar.

Lá em cima eu abro a porta do quarto de Pete e confiro se está tudo certo. Ele deu tudo de si para deixá-lo perfeito, desde os móveis até as cores das paredes. Demorou mais que o planejado, mas boa parte já esta pronta e agora tem uma mala ao lado da cama. Ainda bem que não tinha nada de Pete espalhado.

Vou para o meu quarto e tenho que parar por um momento. Pete estava em todo o lugar. Seu pijama estava em cima da cama, havia fotos nossas e com Meg, a mesa de cabeceira tinha livros e um copo com água. Nem precisei olhar o closet para saber que suas roupas também estavam lá.

No banheiro vejo uma escova de dentes a mais, cremes e perfumes dele. Pete deve ter arrumado tudo isso na velocidade do papa-léguas para fazer parecer que o quarto era dele também.

Quando termino o banho eu o vejo me esperando com comprimidos e uma compressa fria. Ele fecha a porta para termos privacidade.

— Quando tempo você teve? - Pergunto com a voz baixa.

— Menos de uma hora. Tem várias coisas em caixas que eu não abri ainda. Troquei tudo o mais rápido possível quando ele me ligou chorando perguntando se podia vir. Eu disse a ele que não estava em casa e que chegaria em uma hora. Não tinha como eu dizer não.

— Você não podia. - Reconheço.

— Concorda com isso?

Suspiro e pego os comprimidos.

The ContractOnde histórias criam vida. Descubra agora