💙Capítulo três 💙

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Olaaa meus amores! Desafio cumprido em tempo recorde, aqui está mais um capítulo capítulo fresquinho para vocês.. 🥰💙

 🥰💙

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Dara

— Ele acordou, mamãe. Santa seja Sara Kali, padroeira dos ciganos.

Minha filha, a princesa Aurora, apareceu na cozinha correndo quase sem ar com as mãozinhas juntas frente ao corpo. Respeitosamente, ela se curvou em sinal de agradecimento a Santa Kali, protetora do nosso povo. Seu cabelo longo e negro como a noite cobriu totalmente o rostinho lindo arredondado e o nariz empinado, ela só tinha cinco anos, mas já era uma cigana de raiz com orgulho da nossa cultura transbordando por cada pedacinho do seu ser, assim como a mãe dela.

— Alê Arriba, filha! Sabia que cedo ou tarde nosso hóspede misterioso acordaria do seu sono profundo. – Apertei a bochecha gorducha da minha garotinha, ela não conseguia parar de sorrir mostrando a janelinha de dois dentes faltando na frente.

— Ele não é nosso hóspede, mãe! É um estranho e a senhora não deveria ter trazido esse cara para dentro da nossa casa só porque a senhora o achou ferido aquela noite. E se for algum maluco? Ou pior, se quem tentou matá-lo vir atrás de nós? – resmungou meu filho mais velho, Igor.

Ele tinha apenas treze anos, mas agia como se tivesse mais de trinta, pensava que era o chefe só porque era o único homem da casa.

— O que eu te ensinei sobre negatividade, Igor? Nós ciganos acreditamos que nem uma folha cai de uma árvore sem algum motivo maior. – Alinhei os ombros, os ergui e joguei as mãos na cintura. – Além do mais, não fomos nós que encontramos esse homem, ele que veio até nós por alguma razão. – Beijei o rosto do meu filhote rabugento, mas apenas consegui deixá-lo mais bravo.

Igor estava zangado comigo há duas semanas desde quando encontramos um homem praticamente morto em uma vala, parcialmente coberto por água, resultado daquela noite escura e chuvosa. Estávamos vindo de uma festa de aniversário de uma conhecida minha da cidade quando um raio cortou o céu e assustou o Estrela de Fogo, nosso majestoso cavalo. A charrete saiu da estrada e com o clarão vi um homem desfalecido todo machucado com um fio enrolado no seu pescoço, fui até ele rapidamente e não sabia onde segurar no seu corpo para tirá-lo daquele buraco escorregadio, mais alguns minutos e teria enchido o suficiente de chuva e morreria afogado.

O homem estava pálido e com os sinais vitais quase imperceptíveis, dava para ver a sua alma se esvaindo lentamente do corpo grande repleto de tatuagens sinistras. Não pensei duas vezes em trazê-lo para a nossa casa e tentar salvar a sua vida, mas o meu filho mais velho Igor tinha total certeza que aquilo era um grande erro.

— Sim! O cabeludo tatuado nos achou, veio direto para nós assim como as dez pragas do Egito, que destruíram tudo por onde passavam. – Estreitou os olhos esverdeados, aquele garoto insolente tinha resposta para tudo.

— Olha só que engraçado, um cabeludo falando do outro. – Puxei de leve os fios grossos presos em um rabo de cavalo na nuca dele, eu estava rindo, mas o meu filho não, ele parecia estar sempre de mau humor.

HEROS - A rendenção do mafioso Onde histórias criam vida. Descubra agora