Capítulo vinte e dois

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Dara

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Dara

Estava nervosa esperando o Heros vir falar comigo, aquele irmão dele, em apenas cinco minutos, conseguiu me assustar mais do que o próprio Luca e ele ainda estava armado. Era evidente que a relação dele com o grandão não era nada boa, por isso tinha medo da briga entre os dois irmãos esquentar e terminar em uma tragédia de família. Para começo de conversa, nem sabia que o Heros tinha um irmão, ele não falava muito da família e eu não gostava de tocar no assunto para não o aborrecer. Observei que, apesar de ambos terem o gênio do cão, sempre prontos para uma boa briga, eles não se pareciam em absolutamente nada.

O tal Blade tinha os traços faciais mais pesados, com linhas de expressão profundas que reforçavam a sua cara de mau. E aqueles olhos azuis vidrados? Eram sombriamente lindos. O tipo que você congela de medo só de olhar dentro deles por mais de cinco segundos. A única coisa que os dois tinham igual era o grau surreal de beleza. Juro que se o Heros não tivesse chegado a tempo o irmão dele teria me matado, tinha total certeza disso. Quase infartei quanto fui acordada já sendo erguida no ar pelo Blade, olhei para baixo e vi aquele homem mal-encarado cheio de tatuagens querendo saber desesperadamente onde estava o irmão dele.

— Meu Deus! Pra que tanta demora? – Sorvi uma longa lufada de ar, a todo segundo olhando para a porta.

A manhã estava fria, mas dentro da cabana fazia mais frio que o normal. Isso era sinal que o mal estava ali, à espreita, nos rodeando outra vez. Eu estava sentada na cama, abraçando meus joelhos quando o Heros, enfim, depois do que para mim pareceu uma eternidade, entrou no quarto.

Eu pude sentir sua presença antes mesmo de olhar para cima, nossa conexão era muito forte. Ainda mais em momentos tensos como aquele.

— A gente precisa conversar, Dara. – O tom grave da sua voz ecoou por todo o cômodo.

Seu rosto estava sério, havia uma tristeza profunda nos seus olhos. Pela sua expressão pesada, era como se ele tivesse envelhecido dez anos depois da conversa que teve com o irmão.

— Oi, grandão, seu irmão já foi embora? – Segurei a sua mão e a puxei para que se sentasse ao meu lado. — Acho que ele não gostou muito de mim. – Agarrei o braço dele e descansei a cabeça no seu ombro.

— Não leve para o lado pessoal, cigana. O Blade não gosta nem de mim que sou irmão dele – respondeu distante.

Eu senti meu estômago se contrair, como se algo estivesse rasgando dentro de mim.

— Está tudo bem, Heros? Suas mãos estão suando. — Analisei o seu rosto com cautela, tinha um clima diferente no ar e não era nada bom.

De repente, tudo parecia mais intenso. Meus sentidos ficaram mais aguçados. Eu podia sentir o calor do seu corpo, o cheiro do seu perfume e o seu amor por mim irradiar de cada um dos poros do seu corpo. Como se eu quisesse guardar cada detalhe na minha memória, para sempre. Não sabia explicar o porquê, mas era exatamente assim que me sentia naquele instante.

HEROS - A rendenção do mafioso Onde histórias criam vida. Descubra agora