Epílogo

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Heros

Eu caminhava pelo jardim do nosso castelo com as mãos enfiadas no bolso, feliz com aquela linda manhã de domingo. O sol brilhava radiante, criando um ambiente perfeito para a comemoração do primeiro aniversário de nossa adorável filha, Kali. O jardim estava transformado em um cenário encantador digno da festa de uma princesa, com balões coloridos flutuando pelo ar e guirlandas de flores adornando cada canto. As mesas estavam repletas de todo tipo de comida que criança gosta, como cupcakes decorados, sanduíches divertidos e sucos refrescantes. Os convidados, amigos e familiares, circulavam pelo jardim, encantados com a atmosfera festiva.

Enquanto avançava, sorri ao avistar Kali no centro do jardim, passando de colo em colo entre os nossos convidados. Ela estava trajada com um lindo vestido cor-de-rosa e branco, combinando com a decoração da festa. Seus olhos brilhavam de alegria e o cabelo escuro dançava ao vento. Nossa caçulinha era muito linda, nasceu com os olhos bem verdes e grandes, muito expressivos, iguais aos da mãe e dos irmãos. Mas o resto era tudo meu, até as orelhas eram idênticas. Todo mundo sempre dizia que ela era a minha xerox, principalmente na teimosia, e tinha sérios problemas em ouvir "não".

Fora que Kali era briguenta também, outro dia mordeu a orelha do Caramelo porque queria tomar um brinquedo do animal. Aquela ali me daria mais trabalho do que o Igor e a Aurora juntos, já estava até vendo.

— Ei, papai, olha como eu e o Caramelo conseguimos pular alto. – Aurora acenou para mim antes de ela e o seu cão mergulharem em uma piscina de bolinhas coloridas.

Os dois foram até o fundo e então voltaram para a superfície para ver qual seria a minha reação diante do desempenho deles, era incrível como aquele animal às vezes parecia gente de verdade, só faltava falar.

— Uau, filha, estou impressionado. – Bati palmas para a minha ciganinha.

Aquela ciganinha a cada dia que passava mostrava estar ainda mais à frente das crianças da idade dela, todos os seus professores diziam que a sua capacidade de entender qualquer coisa com tanta facilidade era simplesmente impressionante. E de fato era mesmo. Aurora aprendeu espanhol em poucos meses, e hoje falava tão fluente quanto eu. Fora que era um amor de menina, bastava apenas um minuto conversando com ela para um sorriso brotar no seu rosto.

— Você fica impressionado com qualquer coisa que um dos seus filhos faz, pai. – Igor passou o braço em volta do meu pescoço, ele cresceu muito no último ano, já estava quase do meu tamanho.

Aquele garoto era o meu orgulho, nós nos dávamos muito bem. Apesar de tudo o que passou, o que não foi pouca coisa, Igor não tirava o sorriso do rosto, mesmo que o seu olhar ainda fosse um pouco triste. Mesmo depois de quase dois anos, ele ainda não tinha superado a morte da namorada. Apesar de nunca ter dito, se culpava pelo ocorrido.

— Eu não tenho culpa de ser abençoado com três filhos incríveis, tenho? – Dei uma chave de pescoço nele com um braço e baguncei o seu cabelo, agora mais comprido que o meu.

Meu filho também estava malhando e mal podia esperar para fazer a sua primeira tatuagem para ficar parecido comigo e os homens do meu bando. Mas a mãe dele disse que tatuagens só depois dos dezoito anos e olhe lá. Eu achava era graça disso, depois de tanto pegar no meu pé me chamando de cabeludo tatuado, o meu filho estava louco para se transformar em um.

— Ei, meninos, chegou a hora de cantar os parabéns. – Minha esposa estava linda como sempre em um dos seus belos vestidos ciganos.

Ela segurou a minha mão e do nosso filho toda sorridente, Aurora veio e se juntou a nós. Assim como o Caramelo, abanando o rabo e pulando à nossa volta. Agora só faltava achar a caçulinha da família, que deveria estar pendurada no pescoço de algum convidado sendo mimada como sempre.

HEROS - A rendenção do mafioso Onde histórias criam vida. Descubra agora