💙Capítulo dezessete 💙

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Dara

— Acorda, mãe! A tia Valéria está na sala, disse que precisa conversar com a senhora algo urgente. Ela parece preocupada. – Igor chegou no meu quarto correndo e falando rápido, nem bateu na porta antes de entrar.

— Fala para ela que eu só vou me trocar e já vou, filho. – Bocejei sonolenta.

— O Heros dormiu aqui? – Igor olhou para o canto da minha cama e viu o volume alto debaixo do cobertor, fiquei morrendo de vergonha.

Mas o meu filho não parecia nem um pouco zangado. Ao contrário, ele estava rindo de todo o meu constrangimento.

— Dormiu sim, querido – confirmei provavelmente com o rosto vermelho. — Ele vai morar aqui na cabana com a gente agora, Igor, tudo bem para você?

— Claro que sim, mãe, o cabeludo tatu... – pigarreou. – Quero dizer, o Heros já provou que é um de nós e agora faz parte dessa família. – Baixou o tom para não acordá-lo.

— Obrigada por ser tão compreensivo, filho. – Sorri orgulhosa da maturidade do meu primogênito que até outro dia ainda cabia nos meus braços, mas agora já era quase um adulto.

— Mas o Heros precisa se esconder, a tia Val não pode ver ele aqui.

— Calma, querido, na verdade a tia Val já sabe tudo sobre o Heros.

— Mas como ela poderia saber sobre ele, mãe?

— Eu também gostaria de saber, garoto – resmungou Heros com a voz sonolenta, ele estava acordado aquele tempo todo ouvindo a nossa conversa.

— Depois eu explico tudo para vocês dois, rapazes, está bem? – Os dois assentiram de cara fechada, agora eu tinha dois homens dentro de casa para pegar no meu pé. – Agora vai e avisa a Val que eu irei falar com ela em dois minutos, Igor.

— Sim, senhora, Dara Calon. – Igor saiu da mesma maneira que chegou, correndo como se a casa estivesse em chamas.

— Eu devo me preocupar com essa Valéria? – perguntou Heros em meio a um bocejo, ainda estava com sono.

Nós dois quase não dormimos, o grandão realmente cumpriu a promessa de que profanaria o meu corpo de todas as maneiras possíveis durante toda a noite.

— Não precisa, você tem a minha palavra. Valéria é a minha melhor amiga e nunca faria nada que pudesse prejudicar a mim e as crianças, pode ficar tranquilo.

— Eu acredito em você, cigana, mas só se me der um beijo bem gostoso de bom dia. – Se aproveitou da situação.

— Eu dou quantos beijos você quiser, grandão. – Me joguei em cima do Heros.

O que era para ser só um beijo quase virou uma rodada de sexo matinal, mas saltei da cama rapidamente quando lembrei que a minha amiga estava me esperando na sala, e pelo que o Igor disse, ela parecia preocupada. Comecei a ficar ansiosa pensando no que poderia ser de tão grave para a Valéria aparecer tão cedo na minha casa, não eram nem sete horas da manhã ainda, e minha amiga nunca foi uma pessoa matinal.

— Eu ainda não acredito que você foi correndo fazer fofoca sobre mim para a sua amiguinha, Dara.

O safado se sentou na cama e apoiou as costas na cabeceira, cruzou os braços e ficou me olhando tirar a camisola para vestir a primeira roupa decente que achasse na minha frente.

— Eu contei sim para a minha melhor amiga, precisava desabafar com alguém de confiança ou iria morrer sufocada com todo esse sentimento que tenho por você e já não cabia mais no peito. – Sentei-me próxima a ele para calçar as minhas sandálias sem salto, amarrando depressa as tiras finas de couro que iam até os joelhos.

HEROS - A rendenção do mafioso Onde histórias criam vida. Descubra agora