Capítulo vinte e quatro

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Heros

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Heros

— Não pode ser! Esteban me garantiu que você estava morto. – Esmeralda ainda me encarava de cima a baixo totalmente apavorada.

— Fodeu! – Esteban levou as mãos na cabeça, exasperado, ele sabia que ele e a sua nova chefe estavam ferrados com a minha volta.

— Mas o seu irmão conseguiu sobreviver, Esmeralda. Isso não é um milagre? – Tio Ramirez curou a bebedeira num estalar de dedos, mas a sua voz ainda estava arrastada.

Ele levantou cambaleando e encarou o meu rosto com os olhos estreitos sob a luz baixa das velas para ter certeza de que era de fato eu. Mas, por incrível que pareça, diferente da sobrinha, a expressão no seu rosto parecia um misto de surpresa e felicidade em saber que eu estava vivo. Mas aquilo não me comoveu, o que era dele estava guardado por ter compactuado com aquela loucura da sobrinha.

— Milagre é o caralho! Você me mostrou as fotos do corpo do Heros no porta-malas de um carro num estado caótico pronto para ser desovado fora do Rio de Janeiro, Esteban. Como explica isso agora? – Esmeralda apontou na minha direção olhando furiosa para o seu subordinado.

Eu também olhava para o Esteban naquele momento, estupefato, ele que não só trabalhava para mim, mas também era meu amigo. E, além de ajudar a planejar a minha captura no Rio de Janeiro, ainda pediu para que tirassem fotos minhas morto para provar que o trabalho foi feito. Só que muito mal, pelo visto. Eu só não entendia como, no meio disso tudo, fui parar em outro estado nas terras da Dara ainda vivo. Havia uma peça naquele quebra-cabeça que não se encaixava, só não sabia qual ainda.

Esteban era um bandido experiente. Não erraria feio daquela forma, ainda mais com tanta coisa em jogo com a minha morte.

— E...eu não sei o que houve, Esmeralda. Me desculpe! – Esteban gaguejou esfregando os olhos incrédulo, sem ainda acreditar no trabalho malfeito de pé à sua frente.

— Inferno! Isso não pode estar acontecendo, não hoje! – Bateu o pé no chão como a garota mimada que era.

— Infelizmente para você, irmã, está acontecendo sim! O seu plano não deu certo. E agora aqui estou eu, mais vivo do que nunca.

Abri os braços como o Cristo Redentor e girei o corpo para que todos os convidados do baile pudessem ter certeza de que era de fato eu, Heros Rivera, o verdadeiro e único chefe da máfia colombiana. A bagunça por ali acabava naquele momento, ninguém tiraria de mim o posto que era meu por direito de sangue.

— Calma, Heros, não foi bem assim que a coisa toda aconteceu. Eu confesso que armei o seu sequestro sim quando viajamos ao Brasil para o casamento do nosso primo, mas nunca ordenei que te matassem – a desgraçada mentiu na cara dura com os lábios trêmulos, fingindo falsa emoção.

— Se eu não conhecesse a sua sede de poder como uma vampira faminta pronta para sugar qualquer gota que cair no chão, Esmeralda, talvez até pudesse acreditar nessa sua historinha ridícula.

HEROS - A rendenção do mafioso Onde histórias criam vida. Descubra agora