Capítulo vinte e nove

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Heros

Eu estava muito ansioso andando de um lado para o outro pela capela do castelo à espera da Dara, não sabia se aquela ideia de casar em cima da hora daria certo, afinal, perante tais circunstâncias, as chances de ela dizer não eram bem grandes. Mas o tempo não estava a meu favor, já que a Esmeralda deixou claro que, para o Igor voltar para a mãe, primeiro eu teria que devolver todo o dinheiro dela que bloqueei, com mais um bônus de dez milhões de dólares em dinheiro vivo. Depois teria que tirar a recompensa que coloquei para que me entregassem as cabeças dos sócios dela, que por sinal, estavam furiosos comigo por conta disso, e agora, eram eles que exigiram para a minha irmã que ela entregasse a minha cabeça a eles como prova da sua lealdade. Caso contrário, seria a Esmeralda que pagaria as consequências por tê-los arrastado para toda essa confusão.

Se vendo sem saída, minha irmã teve que escolher entre mim ou ela. Obviamente a minha irmã escolheu a si mesma. Por isso, quando eu aceitei o acordo sabia que aquilo foi a assinatura da minha certidão de óbito. Esmeralda se aliou à pessoas muito perigosas, que só apostaram tão alto nela por causa do peso do sobrenome Rivera que carrega, e comigo fora do caminho poderiam seguir com o plano de onde pararam com a minha volta. Quando chamei o Blade no escritório e contei sobre o acordo de me entregar no lugar do Igor, ele me deu um soco no olho, furioso comigo por estar dando a minha cabeça de mão beijada para esses filhos da puta. Só que eu não tinha alternativa, estava de pés e mãos atados, já que a nossa irmãzinha me ameaçou dizendo que tinha gente deles me vigiando mais de perto do que eu imaginava, e se ao menos passasse pela minha cabeça armar algum confronto usando o meu exército de homens, o acordo estava desfeito e a mãe do garoto receberia o corpo dele pedaço por pedaço, começando pelo coração.

Sim!

A desgraçada usou essas palavras enquanto ria do outro lado da linha, ela sabia que me tinha nas mãos. Apertei o telefone com tanta força pensando que devia ter torcido o pescoço da Esmeralda quando tive a chance. Agora não podia contar com o apoio dos meus homens para resolver isso, teria que jogar o jogo conforme as regras dela. Quando contei ao Blade sobre o acordo, ele foi contra. Disse que não podíamos confiar na nossa irmã, porque não acreditava que cumpriria a parte dela no trato e eu concordava com ele.

Por isso exigi que o Blade fosse comigo na hora da troca para acompanhar tudo, ele ficaria responsável por levar o Igor para um lugar seguro. Dara tentou me convencer a desistir e tentar outra maneira de salvar o filho, mas nada do que ninguém dissesse me faria mudar de ideia. Não podia arriscar de maneira nenhuma que mais alguém que eu amava se machucasse. Minha mãe me conhecia bem para saber disso, e mesmo destruída com toda a situação caótica, ela ficou do meu lado e me deu total apoio quando disse que o meu último desejo era fazer daquela cigana a minha esposa.

Queria deixar a Dara e as crianças amparadas depois da minha morte, chamei o meu advogado e fiz o meu testamento. Também deixei ordens para que, além do filho que a cigana estava esperando, caso ela concordasse, eu pudesse dar o meu sobrenome para o Igor e a Aurora. Não somente porque queria que fossem meus herdeiros, mas porque amava os dois como meus filhos legítimos e queria que os dois soubessem disso.

— Você está tão elegante, meu filho, essas roupas ciganas combinam com você. – Mamá ajeitou a gola da minha camisa chorando, enquanto meu irmão foi buscar a noiva contra a vontade dele.

Pelo Blade, aquele casamento nem aconteceria. Mas eu o obriguei a ir buscar a minha noiva assim mesmo, já que a nossa mãe, emotiva daquele jeito, entregaria todo o plano antes da hora.

— Obrigado, mamá, mas a senhora precisa parar de chorar ou não vai sobrar nenhuma lágrima para a cerimônia. – Enxuguei o seu rosto, queria fazê-la sorrir, mas não sabia como.

HEROS - A rendenção do mafioso Onde histórias criam vida. Descubra agora