𝕮𝖆𝖕𝖎́𝖙𝖚𝖑𝖔 7°- "𝕰𝖚 𝖛𝖔𝖚 𝖛𝖔𝖑𝖙𝖆𝖗 𝖕𝖗𝖆 𝖈𝖆𝖘𝖆"

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𝕷𝖎𝖆𝖓𝖆.

O Lucas tem tentado constantemente me fazer comer melhor.
E eu tento,não por mim,mas pelo o meu filho. Mesmo que quem esteja precisando seja eu. Entretanto parece que não é o suficiente. Eu sei que devo tentar mais, porém eu não sinto vontade ,está realmente difícil.

O Lucas entra no meu quarto enquanto estou passando óleo corporal depois de um bom banho. O óleo é para a prevenção de estrias,celulites,coceiras e algumas coisas mais.
O doutor me trouxe um óleo de amêndoas importado,pois segundo ele foi ordem do Lucas não me deixar faltar nada,e que seja sempre o melhor que tiver no mercado.
Tenho que admitir que esse bendito óleo faz milagres,pois está me ajudando bastante com a celulite e nem sinal de estrias. Além de que ele hidrata, reforça a elasticidade e acalma a sensação de coceira, deixando a pele macia, suave e bem cuidada.

Lucas: desculpa,eu não… - ele fala virando rapidamente a cabeça assim que me viu apenas com uma toalha no corpo,e outra na cabeça,com a perna em cima da poltrona passando o óleo. Ele ficou meio sem jeito e essas atitudes dele me mostram o quanto ele é contraditório,pois desse modo parece que ele tem muito respeito comigo - Vou começar a bater na porta agora - diz me olhando depois que eu baixo a perna.
Liana: é o mínimo - respondo indo para o pequeno closet vestir alguma roupa. As minhas respostas para ele são sempre assim,frias e desprezíveis.

Ele já está acostumado e sabe que não pode cobrar que seja diferente. Assim como também não pode querer que eu aceite que ele esteja me mantendo presa e ainda assim me permitir amá-lo.
Lucas: Veste alguma coisa confortável e que te proteja do frio.
Liana: pra quê? - pergunto na defensiva.
Lucas: Vamos fazer coisas diferentes para distrair sua mente.
Eu visto uma calça de malha fininha e uma blusinha do mesmo tecido e saio do closet para olhar para ele
Liana: vai me matar? - a minha pergunta é totalmente irônica,pois sei que se ele quisesse me matar ele já teria feito. E porque sinto que ele tem mais medo que algo me aconteça do que eu mesma.
O Lucas gargalha,mas eu me mantenho séria.
Lucas: nem se Jesus voltasse à terra e me ordenasse - ele fala com semblante divertido.
Liana: você desobedeceria uma ordem de Jesus? - eu pergunto ainda séria,mostrando que só estávamos tendo um diálogo diferente porque eu estou me esforçando,muito,mas isso não muda em nada a nossa relação. Nada do que ele faça vai me fazer mudar.
Lucas: sem pensar duas vezes - escuto o que ele fala,no tempo em que eu estou na frente do espelho penteando o cabelo. Eu não digo mais nada, continuo me aprontando para ficar confortável,e tudo está em silêncio .
Lucas: Você quer vir ?
Liana: eu tenho escolha ?
Lucas: se não quiser sair um pouco , você pode ficar,eu não vou obrigar você a ir. - A voz dele era calma ,mas eu notei o seu entusiasmo. Ele quer que eu vá.
Eu respiro fundo,porque ele sabe que é impossível que eu diga não. Eu amo sair desse quarto,andar descalça na área,ver o pôr do sol de um ângulo melhor. O pôr do sol daqui é magnífico. Essa casa é inigualável,e digo pelo pouco que eu vi,pois ele não me deixou explorar tudo,ele tem medo que eu conheça a casa muito bem. Mas ela é enorme,e tem três andares. Eu dormia no subsolo da casa, mas segundo ele por bom comportamento,ele me trouxe para o primeiro andar,pois a vista para o mar me faria bem. Ele tinha razão!
Todas as vezes quando ele vai sair em seu barco,lancha ou jet ski, um dos seguranças que fica aqui comigo me leva para o subsolo novamente, para que eu não o veja indo embora. Quando ele está retornando,o mesmo acontece,Lucas avisa que está voltando e eles me levam novamente para o subsolo. Eu não sei porque ele faz isso,na verdade não faço a mínima ideia, não é como se vendo eu vá conseguir saber pra onde ir se caso um dia eu consiga fugir. O mar é gigante e eu me perderia facilmente.

Liana: você sabe que eu odeio ficar nesse quarto - eu digo irritada. Porque me irrita o fato de ele sempre me perguntar se eu quero sair,quando ele sabe que essa é a melhor parte da minha semana nesse lugar.
E porque para isso ele tem o bom senso de perguntar o que eu quero ou não,mas para coisas realmente relevantes como: se eu quero ou não estar aqui ele não me dá escolhas.
Lucas: Liana,não te falta nada aqui… - escuto e bufei revirando os olhos e foi quando nesse movimento meus olhos percebem o teto,acima da alta prateleira das minhas roupas ,uma certa umidade. Eu pego um pufe que uso para sentar em frente ao espelho para raramente fazer maquiagem e subo nele. Afastei  uma caixa onde a moça que Lucas contratou para a limpeza havia arrumado todos os lençóis, edredons e jogos de cama e vejo atrás da caixa que estava molhada,tinha um vazamento de água aqui e estava estragando todo o rebaixamento de gesso.
Eu toco ali fazendo uma pequena pressão e percebo que a parede se move.
Nesse momento foi como se uma luz tivesse acendido em minha cabeça.
Isso é a passagem de ar. O ar-condicionado está pingando água e comprometendo essa parte da parede.

Entregue A Um Traficante 2Onde histórias criam vida. Descubra agora