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Maiara

Respiro fundo e mordo meus lábios me debruçando sobre o caderninho e ma sumavez me perco entre as linhas escritas.

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Durante toda a minha vida...eu me recusei acreditar que eu me submeteria a certos tipos de ações dentro de um relacionamento, só que falar quando não esta se vivendo o que eu vivi com ele é fácil..fácil até demais. 

Fabrício e eu começamos de maneira fácil.

Bem eu nunca teria olhado em sua direção se meu ai não tivesse nos apresentado, acontece que aqui em casa todo mundo acredita que eu sofro em silencio...acho que eles pensam que eu não fodo ou tenho algum tipo de necessidade...ser amada não é pra mim definitivamente, as pessoas falam que o amor é digno de todo mundo mas to começando a achar que eu sou uma virgula nessa  regra. 

Acho que impossível agente se desfazer de tanta coisa...somente para caber dentro de alguém...é quase que insignificante o quanto agente se refaz em prol de algo que sempre vai acabar mal.

Voltando eu nunca teria o  conhecido se não fosse pelo meu pai...

Acho que eu posso perdoa-lo por não reparar...posso perdoar meu pai por me incentivar mas eu não sei bem se eu quero.

Ele era gentil,

Compreensivo o sexo era relativamente bom agente aprecia estar na mesma pagina.

Sempre falam que tudo são flores...

E realmente eram...

Até os olhares de repreensão começarem, eu sempre me encolhia quando eram lanados na minha direção eram semelhantes aos de um pai ou de uma mãe quando repreendiam um criança travessa.

- O que eu disse sobre essa roupa maraisa?-Ele questionou em um tom de voz alto quase que descontrolado e aquela não era a primeira vez que ele fazia isso.

- Uma roupa pro show...O bruno...-Ia continuar mas sou cortada por um tapa.

Um tapa...

O estalar ecoou sobre o quarto de hotel.

Não precisei olhar pra ele pra saber que ele tinha ficado chocado com o que tinha feito estava como eu...

Nos dois sabíamos que ele ia levantara mão pra mim apenas ignorávamos.

- Viu? viu só o que você me fez fazer?-Fabrício falou desesperado ele veio ate mim me puxando para um abraço forte e eu pude finalmente sentir as lagrimas rolarem.

- Você me bateu...-Eu falo rouca e dolorida.

- Eu...eu sinto muito amor...quer saber...se vista do jeito que quiser uhm? nos vamos jantar antes...você vai ficar linda...esqueça...estamos bem...eu amo você!-Ele falou sincero e eu acredite deixando que ele me beijasse.

Eu apenas deixei o que feio a seguir...

Ele não parou de me bater...

Ele não parou...

Ele caia no choro me pedindo perdão...

E eu aceitava...

E eu nem sei por que caralhos...mentira...eu sei...sei bem por que...

Eu deixei ele continuar me batendo...

Eu perdoei...

Eu não liguei por que eu me sinto dormente...

Eu sou dormente...

EU sou quebrada...quando achei que ia me reconstruir...bem...eu me debarei em cacos novamente.

.

Maraisa desabafava nas cartas...

Eu não tenho outra maneira de descrever se não essa sabe? maraisa não desabafava com pessoas...mas desabafava com papeis entre linhas.

- Eu quero te ajudar maraisa...-Eu falo pra mim mesma e sinto meu coração apertar.

Isso vai destruí-la...

E eu não quero deixa-la sozinha nessa...

Não eu me recuso...

Penso em voz alta e passo para a pagina seguinte.

- Maiara...-Leio o próximo nome e estremeço.

𝓡𝓮𝓵𝓪𝓬̧𝓸̃𝓮𝓼   𝓠𝓾𝓮𝓫𝓻𝓪𝓭𝓪𝓼Onde histórias criam vida. Descubra agora