CAP VI - DOR

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NARRADO POR ASHER
(19h30 PM)- SEXTA-FEIRA

- Você poderia me explicar oque a Olivia acabou de dizer antes de ir embora?.- Gelei ao ouvir essas palavras saindo pela sua boca.

- Olá pai, cheguei bem da viagem, obrigado por perguntar.- Respondo engolindo seco, esperando um milagre, para ele simplesmente esquecer oque havia ouvido.

-Não muda de assunto Asher, você vai sair amanhã?.- Ele disse aumentando o tom de voz.

-Sabe que amanhã tem o jantar que a família de sua mãe chamou!! Não quero mudanças de planos de última hora, já basta eles dizerem aos quatros ventos que te levei para longe deles!.- Reclamou.

- Não vou faltar a esse jantar! Mas você só ouviu isso?.-Pergunto tremendo ao saber a resposta.

-Deveria ouvir mas alguma coisa?.- Responde intrigado.

Oh céus, nunca quis ouvir tanto essas palavras, foi por pouco que não criei mas um drama nessa família, que já não é grande coisa, porém  não gostaria de criar outro empecilhos principalmente no dia da minha chegada a Long Island, você deve se perguntar porque não falar logo, já que não pode ficar pior. Irá perceber que ao decorrer dessa história, pode sim ficar catastrófico.

- Não pai, só coisas de meninas.- Falo aliviada, percebendo que o mesmo acreditou, não menti eram mesmo coisas de meninas.

-Não vai me dá boas vindas Sr.?- Reclamo

- Lógico que sim filha, venha aqui.- Diz abrindo os braços.

Entrei em seu abraço esquecendo por um segundo, o quanto ele tinha mudado comigo, que nossa relação não tinha um muro do tamanho do de Berlim, nos impedindo de ficar próximos,e ter uma boa relação entre pai e filha.

-Tudo bem Asher, vamos jantar para te colocar por dentro dos assuntos da empresa.- Fala me tirando do seu abraço.Não durou muito o momento afeto pelo visto.

-Claro pai como quiser.- Disse suspirando alto.

Nós conduzimos para sala de jantar, aonde tinha uma enorme mesa de mármore cheia de cadeiras e quadros na parede, pintados por grandes nomes da arte, que me parecia maior ainda com apenas nós dois e a governanta em pé na saída da sala, então finalmente começamos a nos servir do banquete que a nossa funcionária havia posto.

Sr. Lunera me colocou por dentro de cada detalhe que aconteceu nesses anos na nossa revista, não que ele não fizesse isso a cada ligação quando eu estava na Suíça, mas ele resolveu justo no dia da minha volta falar tudo novamente, me afirmando que era uma grande responsabilidade, que não tinha espaço para erros.

- Você sabe Asher, uma mulher assumindo os negócios da família não pode errar!.- Fala arrogante.

-...não pode errar.- Falamos em coro.- Ja que sabia dessa frase decorada.

- Eu sei pai.- o respondo lamentando por ele ter se tornado esse tipo de pessoa.

Enquanto jantamos percebi que o móvel branco que ficava do lado da mesa de jantar não existia mas, nele ficava sempre as flores preferidas da minha mãe que era tulipas em um jarro transparente, juntamente com fotos nossas de família. Nesse momento senti a dor da saudade novamente, e pensar que se ela estivesse aqui seria tudo tão diferente, pois com ela eu nunca tinha segredos e a mesma sempre me apoiava.

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