12 - Irina

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Nikolai era um bruto! Eu estava no hospital, mas incrivelmente, não tinha ninguém ali além da equipe médica e de nós dois. Teria ele pedido para que ninguém pudesse andar por ali? Mas que coisa louca!

Meu pai, pelo que eu sabia, veio de uma família poderosa da Rússia, mas ele nunca me revelou o motivo de ter saído do país. Então, ele foi para a Espanha, onde conheceu a minha mãe.

Depois da morte dela, o meu pai ficou amargo, triste, depressivo. Por um momento, eu achei que ele tinha se reerguido, mas pelo visto...

Ele chegou, há alguns anos, a se meter com jogos de azar e isso acarretou alguns problemas financeiros, mas nada grave. Teria sido esse o problema dele? Teria ele pedido dinheiro para Nikolai, aquele mafioso sem coração? Eu poderia até acreditar naquilo, mas meu pai ter me vendido?

Meu coração apertava sempre que as palavras do russo invadiam a minha mente, me dizendo que meu pai era o responsável pelo meu destino.

— Vamos, senhorita Karev. Precisamos fazer um raio-x nesse seu pulso — O médico falou. Ele era um homem de aproximadamente uns trinta e poucos anos, com o rosto muito amigável. Os olhos por trás dos óculos eram escuros, contrastando muito bem com a pele super clara dele. Os cabelos negros, curtos, eram penteados para trás.

— Obrigada, doutor, Vasov! — Eu falei e o segui para a sala de radiografia. Nikolai estava atrás de mim como uma sombra. Eu me virei para ele — O senhor não tem mais o que fazer?

Ele me encarou com os olhos frios.

— Deixe de ser ingrata, Irina! – Ele falou num tom ácido — E vamos logo com isso! Eu tenho, de fato, o que fazer.

— Então vá. Eu posso pegar um táxi — Eu falei inocentemente e Nikolai abriu um sorriso de lado, chegando ainda mais próximo a mim.

— Você se acha espertinha, Irina, mas mesmo que você tente fugir, eu vou te achar — Eu podia sentir a respiração dele no meu pescoço e, droga! Ele me fazia sentir coisas....

Ele se afastou abruptamente e ficou parado.

— Entre, por favor — O médico falou e ele parecia sem graça. Coitado, ele tava com medo do Nikolai — O senhor, não. Apenas o médico e o paciente podem entrar, senhor. Os raios...

— Certo, certo. Mas ande logo!

Nikolai se sentou em um dos bancos de espera - que eram maiores do que o habitual, mais largos. Eu imaginei que era por conta desses homens imensos...

Após o exame, ficou claro que eu não estava com o pulso quebrado, mas luxado. O médico colocou a minha articulação no lugar, manualmente - e aquilo doeu muito!.

— Aqui estão os remédios que a senhorita deverá tomar. Além disso, deve ir a um fisioterapeuta, a fim de que não haja problemas com a movimentação do seu pulso.

— Quanto tempo até ela ficar boa? — Nikolai perguntou.

— Em torno de noventa dias.

Nikolai apertou os lábios. Ele então virou para mim com cara feia, mas eu dei de ombros. Ninguém mandou ele fazer isso com o meu pulso.

Dentro do carro, ele olhou para mim de esguelha.

— Ainda nem a apresentei à equipe de empregados e você já está de folga. Por três malditos meses!

— E você está irritado por quê? Eu quem está sentindo dor! E se acha tão ruim, culpe a si mesmo, seu brutamontes!

Eu sei, eu sei, eu não deveria falar com ele naquele tom. Mas era difícil! O homem me testava!

— Irina, eu vou te dar uma palmadas por esse seu jeito explosivo.

— Vai me bater de novo?

— Eu não bati em você!

— Não, verdade, você tentou me quebrar!

O carro parou e eu engoli em seco. Ele não estava falando sério, não é?

Nikolai desceu do carro rapidamente e quando dei por mim, eu estava sendo carregada para dentro de casa.

— Eu posso andar!

— Calada! — Ele respondeu ríspido e me levou para outro quarto, diferente do primeiro, e se sentou na cama. Com um movimento rápido, eu estava deitada nas pernas dele, de barriga pra baixo.

— O que... O que diabos está fazendo? — Ainda bem que eu não estava mais com a porcaria daquele vestido minúsculo, mas sim com uma calça um pouco larga e umas blusas por cima, já que estava muito frio. Eu ainda estava vestindo o casaco.

— Eu disse que te daria umas palmadas, não disse?

Eu não acreditei que ele o faria, aquilo era uma brincadeira, mas então, eu senti o baque, o som do tapa e, em seguida, a ardência.


*Pela demora de enviar antes o capítulo 11, vou postar até o 15, hoje!* 

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Nikolai - Paixão Irresistível - DEGUSTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora