Capítulo 66

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03 de julho - Quarta-feira.
20:43

Leonard Brown Davis.

Estou preocupado com a Sarah, desde cedo ela está quietinha, encolhida sentindo dores, perguntei várias vezes se queria ir para o hospital mas ela negou falando que não precisava. Sabemos que o bebê está próximo de nascer, faltam três dias para a data prevista do parto e pode sim adiantar como passar disso, então a todo momento estou de olho.

Desci para pegar o jantar, Sarah falou que não estava com fome mas ela não pode ficar sem comer, fiz uma sopa para ver se consegue comer melhor. Coloquei em um prato e subi vendo a mesma de olhos fechados respirando fundo.

— Meu amor, tenho certeza que não são mais contrações de treinamento. — Suspirei pondo o prato de sopa na mesa de cabeceira. Me sentei ao seu lado e pude ver seus olhos lacrimejarem.

— Estou com medo. — Sussurrou deixando um soluço escapar. A Abracei beijando sua cabeça.

— Eu sei, meu amor, mas vai dar tudo certo. — Deitei minha cabeça sobre a sua. — Vamos começar a marcar o tempo entre as dores, tudo bem? Não temos como ignorar isso, afinal, ter nosso bebê é o que mais queremos, não é? — Sarah assentiu fungando.

— Desculpa.

— Não precisa se desculpar, meu amor, está tudo bem. — Passei a mão em seu rosto secando as lágrimas. — Tenta comer um pouquinho, quando as dores voltarem me avisa. — Ela concordou tentando se ajeitar na cama.

Peguei o prato pondo sobre uma almofada e Sarah ficou comendo devagar. Suspirei ansioso para ver nosso bebê mas ao mesmo tempo nervoso, um parto não é algo simples, tem vários processos envolvidos o que torna ainda mais delicado. Sei que Sarah está com medo, ela sempre conversava comigo sobre isso, tinha receio de não conseguir e prejudicar nosso bebê, mesmo eu conversando com a mesma, dizendo o quão forte ela é, compreendo que não é meu psicológico que vai passar por tudo isso, querendo ou não eu estou de fora. É Sarah que vai sentir todas as dores, toda a pressão de um parto, a recuperação, é mais do que normal se sentir assim.

— Você pode pegar água, por favor? — Pediu.

— Eu já volto. — Beijei seu rosto e desci para buscar uma garrafinha de água. Acho que vou providenciar um frigobar para por no quarto, vai ser mais fácil quando o bebê nascer. Subi novamente e entreguei para ela.

— Obrigada. — Sorriu fraco. — Você não vai comer? — Me olhou.

— Fiquei comendo várias coisas enquanto fazia a sopa, estou sem fome. — Sorri e Sarah negou rindo.

— Você sempre faz isso.

— Não consigo me controlar. — Dei de ombros.

Graças a Deus Sarah conseguiu comer tudo, minha mãe mandou mensagem perguntando se estava tudo bem e eu respondi, vendo a mesma concordar comigo sobre ficar de olho na contagem de tempo.

— Amor. — Olhei para Sarah que me olhava assustada. — Acho que minha bolsa estourou.

— O que? — Levantei da cama rápido. Sarah Ergueu os lençóis e estava bem molhado. — Calma...não lembro o que fazer agora, caramba. — Passei a mão na cabeça.

— A médica tinha pedido para mandar mensagem para ela. — Sua voz estava trêmula. Concordei pegando meu celular e mandei uma mensagem para a doutora.

Ela logo pediu para mandar foto do quanto estava molhado, poderia ser uma perda de líquido pequena mas assim que me respondeu, olhei para Sarah concordando, vi ela suspirar terminando de tirar o cobertor do corpo.

Na noite em que eu te encontreiOnde histórias criam vida. Descubra agora