17 de junho — Sábado
00:12Abri os olhos assustado com a campainha tocando várias vezes. Levantei sem olhar a hora e saí do meu quarto no mesmo instante em que minha mãe saiu do dela amarrando o laço do roupão.
— Quem será uma hora dessas? — Perguntou.
— Não sei.
Desci rápido e meu coração errou uma batida ao ver as luzes da viatura piscando na janela. Lancei um olhar para a minha mãe antes de abrir a porta, o xerife estava em minha frente com uma feição não muito boa. Meus pensamentos na hora voaram em Sarah, o que fez meu coração bater mais forte ainda.
— Xerife? — Engoli minha agonia para conseguir falar.
— Me Desculpem chegar essa hora e dessa maneira mas não tivemos outra escolha. — Respirou fundo me olhando diretamente nos olhos.
— Aconteceu alguma coisa? — Minha mãe falou antes que eu falasse algo. Não estava conseguindo pensar em muita coisa nesse momento.
— Recebemos uma ligação estranha a um tempo atrás, eram vozes distantes e respirações aceleradas...— Parou mexendo nas mãos. Senti os braços da minha mãe me rodearem. — Nós rastreamos a ligação após não recebermos nenhum sinal e deu no endereço da senhorita Sarah.
Minha respiração parou completamente nesse momento, não estava mais escutando nada, minha única preocupação era saber como é onde minha garota estava.
— Co...como? Onde ela está? — Minha mãe perguntou me fazendo voltar a realidade.
— Não sabemos ainda, Dona Leonora, quando chegamos no endereço a porta estava aberta e Malcolm desacordado com um ferimento na cabeça. Não tivemos sinal da Sarah mas ainda temos chances de encontrá-la bem, minha equipe está recolhendo depoimentos dos vizinhos e procurando pela mesma.
Eu estava pensando e milhares de coisas mas só uma que me importava: Encontrar Sarah bem e o mais rápido possível.
Em minutos estávamos em frente a casa da mesma, muitas pessoas do lado de fora assustadas com toda essa movimentação e eu não as julgo, estou assustado da mesma forma. Mali estava sentado no banco que tem em frente a casa junto com dona Cecília, médicos e policiais. Nos aproximamos e seus olhos estavam marejados quando se encontraram com os meus.
— E...eu tentei, juro que tentei. — Fungou começando a se desculpar. Apenas neguei o abraçando apertado. — Leo...
— Eu sei, meu amigo, eu sei. — Engoli o choro. — Nós vamos encontrá-la bem, você não tem culpa, ok? — Ele assentiu. — Você está se sentindo bem? — Malcolm assentiu.
Cecília me abraçou apertado, falei com eles para entender tudo melhor mas meus pensamentos não saíam da minha garota. Não estavam permitido a entrada na casa, tudo virou cena de crime e estavam tentando ver o que aconteceu depois que Mali levou o golpe.
— Toma, meu amor, bebe um pouco de água. — Minha mãe se aproximou com um copo d'água. Neguei ainda olhando para a nossa foto que carrego na carteira, foi a única coisa que peguei antes de sair de casa. — Meu filho, você está muito abalado, toma essa água pelo menos.
— Eu devia ter ficado com ela essa noite, ela falou que eu poderia ficar. — Murmurei deixando uma lágrima escorrer.
— Sarinha não estava sozinha, meu amor, da mesma forma que Mali estava aqui era a que você também estaria, a pessoa desacordou o Malcolm, poderia fazer o mesmo com você. Nós não temos o poder de explicar o porquê das coisas, mas tenho fé que encontraremos a Sarah bem, já estão todos procurando por ela.
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Na noite em que eu te encontrei
RomanceSarah cresceu no orfanato desde seus 10 meses de vida, quando seus pais infelizmente morreram em um acidente. Lá dentro, a menina sonhadora passou por muitas coisas, mas nunca deixou de sorrir e aproveitar cada minuto com sua avó do coração, dona Am...