Capítulo 36

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15 de junho — Quinta-feira
07:58.

     Um mês e meio se passou e mais três assassinatos aconteceram. Ao todo são cinco vítimas, cinco mulheres que tiveram suas vidas tiradas por alguém que até hoje não sabemos quem é. Tudo está acontecendo tão rápido, todos estão morrendo de medo, famílias saindo da cidade, estabelecimentos se fechando, é triste ver tudo isso acontecer e não termos uma solução para isso.

    O xerife não tem um minuto de descanso, tiveram que acionar delegacias das cidades vizinhas para ajudar nesse caso e até agora nada foi resolvido. Todas as mortes tem o mesmo padrão de ferimentos e ambas encontradas em locais abandonados, desde os mais para o começo da cidade até o fim dela.

    Golden Pine está praticamente parada, todos com medo do que pode acontecer e temos razão de ter. Faz uma semana que eu voltei para casa, contragosto de Leonard e Lena mas a vida não pode parar, isso é fato. Mali praticamente vive aqui agora, sempre preocupado comigo e eu sou grata por isso apesar de achar um exagero em certos momentos. 

    Estou terminando de me arrumar para ir trabalhar, Leo já não está em casa, me mandou mensagem avisando e mandando eu ter cuidado. Peguei tudo que iria precisar e saí de casa me assustando com Mali parado ao lado.

— Que susto, Malcolm, já conversamos sobre isso. — Resmunguei trancando a casa.

— Desculpa, não quis te assustar. — Riu beijando minha cabeça. — Como está?

— Estou ótima, e você? — Caminhei até meu carro com ele atrás. Respirei fundo.

— Ótimo também. — Sorriu divertido. — Para onde vamos?

— Você vai para o seu trabalho e eu vou para o meu. — Me virei em sua direção. — Já está atrasado inclusive.

— Na verdade não, meu chefe me deu mais uma hora. — Deu de ombros. 

— Mali, eu agradeço por todo o cuidado que você está tendo comigo mas eu posso ir até a casa da Lena sozinha. — O olhei nos olhos. — Vou ficar bem, é sério, são oito da manhã.

— Mas...

— Por favor, Mali, eu juro que ligo avisando que cheguei.

— Tudo bem. — Murchou os ombros. — Mas se ver que está acontecendo alguma coisa, não deixei de me ligar. 

— Pode deixar, obrigada e tenha um bom dia. — Beijei seu rosto entrando já caminhonete logo em seguida.

    Acenei me afastando e pus uma música para me distrair, ao passar pelo mercadinho pude ver Ryan com as crianças provavelmente indo para a escola. Percebi seu olhar para mim e cada pelo do meu corpo se arrepiou. Todos estão suspeitando dele pela cidade já que não foi só aquela vez que o mesmo estava perto dos locais que encontraram os corpos. O delegado chegou a prender ele por uma noite mas como não tinham provas tiveram que soltar ele.

    Tentei ignorar e segui meu caminho, ao chegar na casa de Lena pude ver a mesma sentada na cadeira de balanço na frente com um pote de framboesas no colo.

— Bom dia, Leninha. — Me aproximei beijando seu rosto.

— Bom dia, meu amor, está animada hoje?— Sorriu.

— Estou tentando ficar. — Sorri. — Por que está aqui fora sozinha?

— Resolvi ver a rua um pouquinho. Ah, hoje teremos visita para o almoço, querida. — Entramos em casa.

— Alguém especial? — A olhei e pude perceber pelo seu sorriso quem era.

— Owen.

— Como vocês estão? — Fomos para a cozinha e Lena se debruçou na ilha me olhando.

Na noite em que eu te encontreiOnde histórias criam vida. Descubra agora