Capítulo 39

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17 de junho — Sábado
06:23.

Leonard Brown Davis.

    Faz uns minutos que Bruce levou minha mãe para casa, fico mais tranquilo que tudo isso tenha acabado, bom, pelo menos é o que esperamos. Sarah ainda não acordou, está dormindo encolhida enquanto eu estou apenas velando seu sono. Malcolm está bem, como eu disse está apenas em observação mas irá ser liberado as sete da manhã.

   Toda vez que lembro da cara de Tony o ódio toma conta do meu corpo. Nunca fui muito com a índole dele mas imaginar que ele mataria muitas mulheres, jamais. Graças a Deus nada aconteceu com a Sarah, não sei o que seria de mim sem ela, não consigo mais me ver sem seus sorrisos, sua gargalhada, seu rosto corado de vergonha.

    Percebi a mesma se remexendo e acordando aos poucos, levantei me aproximando e pude ver seu rosto ainda assustado, que se aliviou ao me ver.

— Estou aqui, meu amor, não se preocupe. — Beijei sua cabeça. — Como você está?

— Minha cabeça e pulsos estão doendo. — Murmurou um pouco rouca.

— A enfermeira avisou que isso poderia acontecer, vou chamá-la, tudo bem? — Sarah negou me segurando. — Está tudo bem, meu amor, não vou sair do quarto. — Levantei o botão vermelho que ficava ao lado de sua cama. Apertei o mesmo deixando no mesmo lugar. — Me perdoa por não conseguir te proteger? — Passei a mão pelos seus fios de cabelo.

— Não tenho motivos para te perdoar, meu amor, você não teve culpa de nada. — Segurou minha mão a acariciando.

— Licença. — A enfermeira de mais cedo entrou no quarto. — Que bom que já está acordada. — Sorriu se aproximando. — Como se sente?

    Sarah explicou como estava se sentindo e preferi não me intrometer e atrapalhá-la, sentei no pequeno sofá observando as duas. Como Sarah, graças a Deus, está apenas com machucados superficiais, mais tarde vamos para casa e poderemos cuidar melhor dela e deixá-la mais confortável.

    A enfermeira a ajudou com suas coisas e colocou a mesma com algum medicamento no soro, pelo o que ela explicou é para fazer o efeito dos remédios mais rápido. Percebi Sarah me chamando para deitar com ela e foi isso que eu fiz, a trouxe para meu colo e a mesma se aconchegou mais, parecia querer se sentir protegida e se depender de mim ela vai ser o quanto eu viver.
 
    Notei a mesma encarando o curativo em seus pulsos. Infelizmente conforme ela se mexia, por estar bem amarrado e no alto, acabou machucando e formando alguns cortes em sua pele.

— Vão ficar bons logo, você vai ver. — Falei a tirando de seus pensamentos. Ela sorriu fraco.

— Você deveria estar na cidade vizinha. — Sussurrou se encolhendo mais. Neguei deitando minha cabeça na sua.

— Não conseguiria ir sem ter notícias de você, mandei uma pessoa de confiança em meu lugar. — Comecei um carinho em suas mãos. — Os caras da cidade grande mandaram mensagem perguntando sobre você, querida, todos mandaram melhoras.

— Depois eu agradeço a eles. — Deu um sorriso. Fico feliz em vê-la sorrir.

— Precisamos conversar sobre o Ryan, meu amor. — Ela me olhou atenta. — Nós conversamos mais cedo.

— Sobre o que?  — Perguntou curiosa. Pude sentir certa cautela em seu tom de voz.

    Expliquei tudo para Sarah que me encarava atenta, fez algumas perguntas mas estava aliviada e se sentindo culpada por ter acusado, mesmo que não diretamente, por algo tão cruel.  

— Nós não temos culpa, querida, infelizmente esse era o trabalho dele, não tínhamos mesmo como saber. Ele já nos desculpou e inclusive pediu desculpas por tudo isso. — Beijei sua testa.

Na noite em que eu te encontreiOnde histórias criam vida. Descubra agora