21 de julho - Sexta-feira
08:12Malcolm White Carter
— Vamos, Malcolm. Deixa de moleza. — Murmurei batendo na minha testa. — Você já tem trinta anos, idade o suficiente para isso. Está parecendo um adolescente. — Resmunguei.
Faz mais ou menos cinco minutos que estou plantado em frente a porta da casa de Dorothy, criando coragem para convidá-la para dar uma volta. Hoje é a minha folga e estava pensando em me declarar mais uma vez, agora sem Cassandra em nossos caminhos, mas parece que toda a coragem que juntei vindo até aqui, sumiu assim que parei em frente a porta.
— Vamos....você consegue. — Bufei afastando meu cabelo do rosto. — Você é um frouxo, Malcolm. Um bo...aaah — Gritei assustado com a porta abrindo de uma vez. Dottie me encarava com uma sobrancelha arqueada enquanto se apoiava no batente da porta. — Quer me matar do coração, Dorothy? Caramba! — Resmunguei com a mão no peito.
— Você estava fazendo isso sozinho. — Falou divertida. — O que está fazendo aqui a cinco minutos? A campainha está funcionando. — Engoli a seco olhando em seus olhos.
— Como sabia que eu estava aqui?
— Estava na janela quando você passou. — Deu de ombros. — E sabe, dava para te ouvir.
— Dava? — Ela assentiu segurando um sorriso. — Que droga. — Sussurrei olhando para o chão.
— O que veio fazer aqui?
— Eu... é...hoje é minha folga. Quer dar uma volta? — Por que estou gaguejando? Nos aproximamos ultimamente, não era para estar nervoso assim.
— Claro, só vou pegar minha bolsa. — Sorriu entrando. Respirei aliviado sentindo um sorriso aparecer em meu rosto. — Para onde vamos? — Voltou fechando a porta.
— Já tomou café? — A olhei enquanto caminhávamos. Dottie negou devolvendo o olhar. — O que acha de comermos corn dog? Estão uma delícia, comi um ontem no almoço.
— Deveria comer melhor já que trabalha embaixo do sol quente. — Me olhou com um sorriso ladino.
— Não tenho muito tempo. — Cocei a nuca. Na verdade venho sem tempo para muitas coisas. — Se quiser podemos comer outra coisa. Mais saudável. — Pontuei. Dorothy negou sorrindo.
— Corn dog parece ótimo. — Concordei.
A casa do pai de Dorothy, onde ela morava agora, é bem perto do centro então não caminhamos mais que quatro minutos para chegar. Depois que todos os assassinatos foram resolvidos, a cidade voltou a ser como era antes. Linda e cheia de pessoas pelas ruas.
— Soube que duas das famílias que se mudaram por conta dos assassinatos estão voltando? — Dottie me olhou.
— Fiquei sabendo, o filho do casal foi pedir emprego para o Leo. — Falei. — Dois por favor. — Pedi. — Esses assassinatos abalaram muito a cidade, que bom que está voltando aos poucos ao normal dela. Obrigado. — Paguei o cara. — Aqui. — Entreguei um para Dorothy.
— Obrigada. — Sorriu. — Tem razão, parece que nada disso aconteceu realmente. Que foi apenas um pesadelo. Hum, está uma delícia mesmo. — Me olhou surpresa.
— Eu disse. — Sorri. — Conseguiu o emprego?
Dorothy estava fazendo algumas entrevistas de emprego pela cidade. Agora que está morando com o pai, quer ajudá-lo em casa já que Frank não recebe tanto quanto merecia.
— Não. — Sorriu fraco. — Parece que não estão precisando de alguém apenas com o ensino médio completo. — Suspirou. — Uma faculdade faz falta nessas horas.
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Na noite em que eu te encontrei
Roman d'amourSarah cresceu no orfanato desde seus 10 meses de vida, quando seus pais infelizmente morreram em um acidente. Lá dentro, a menina sonhadora passou por muitas coisas, mas nunca deixou de sorrir e aproveitar cada minuto com sua avó do coração, dona Am...