Capítulo 12

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Leonard Brown Davis.

Eu...eu beijei o rosto dela, beijei o rosto da Sarah. Por que eu beijei o rosto da Sarah? Era o que eu me perguntei o caminho todo até o estábulo.

— Cara, você está bem? Estou falando com você a minutos e nada - Bruce perguntou balançando a mão em frente aos meus olhos.

— Eu beijei o rosto da Sarah - falei sem perceber, ainda pensando no porquê.

— Você o que? - Bruce praticamente gritou - Por que beijou o rosto dela?

— Eu não sei, se soubesse não estaria assim - resmunguei descendo de costas pelo portão, sentando com os braços sobre o joelho - foi tipo...do nada, eu agradeci por ela me entregar o meu café da manhã e dei um beijo no rosto dela - passei a mão entre os fios de cabelo.

— Beijo no rosto de quem? - e lá estava Mali, bebendo seu café.

— Leo beijou o rosto da Sarah - Bruce falou divertido. Fazendo Malcolm cuspir todo o café em um jato só.

— Está de brincadeira?! - fiz uma careta me afastando do lugar que ele cuspiu.

— O que? Já estamos nesse nível? - brincou.

— Pois é, para quem não estava apaixonado, já está avançando - Bruce riu junto com Malcolm.

— Vocês são tão infantis, pode muito bem ser um beijo de amizade - dei de ombros. A quem eu quero enganar? Desde o primeira momento eu sinto algo diferente por ela, um frio na barriga, uma mistura de ansiedade com nervoso cada vez que eu sei que vou vê-la em casa ou pela cidade.

Os dois me olharam com uma cara de tédio, puxando dois bancos de madeira e pondo em minha frente.

— Cara, vamos ser realistas - Mali começou cruzando as mãos - você está com essa cara de besta apaixonado desde o começo do mês quando ela chegou, nós te conhecemos, você nunca ficou assim com nenhuma mulher, e olha que antes da Sarah chegar, muitas já se jogavam aos seus pés.

— Ele tem razão, acha que não vimos os seus olhares para ela? Mali ainda me disse que ontem no almoço e na igreja você ficou dando umas olhadas para ela.

— Mali é um fofoqueiro - acusei e o mesmo deu de ombros sem se importar.

— Isso não vem ao caso, o que importa é que você está sim, perdidamente apaixonado, pela minha mais nova melhor amiga, ou seja, se você machucar ela, eu esqueço que sou seu funcionário e amigo - Mali falou cerrando os olhos.

— Você sabe que nunca machucaria uma mulher, já presenciei muito isso na minha vida, não quero nem pensar em repetir - neguei rápido - eu posso estar vendo demais, imaginando demais, mas hoje mais cedo ela ficou me olhando de uma forma diferente, me deixou ainda mais nervoso, e quando eu fui falar com ela sobre a minha mãe, ela segurou minha mão me acalmando e foi tipo aqueles filmes e livros clichês - falei lembrando da sensação. Fiquei igual um adolescente, e olha que sou um burro velho.

— O choque? - Bruce perguntou surpreso - Cara, você está caidinho por ela, se bobear o próximo passo é marcar o casamento.

— Aí não exagera também, irmão- Mali riu negando.

— Eu só...acho cedo para sentir algo dessa forma, não? Eu a conheço menos de um mês.

— Não necessariamente - Mali deu de ombros - Já contei para vocês a história dos meus pais e do meu irmão com a Stacy? - negamos e ele se endireitou no banco- meus pais se conheceram bem novinhos, ela tinha 18 e ele 22, os meus avós eram amigos e sócios em uma mecânica, os meus pais não se conheciam por serem de cidades diferentes, mas em um natal eles se conheceram e foi realmente amor a primeira vista, com duas semanas eles começaram a namorar, e três meses depois estavam casados e esperando meu irmão.

Na noite em que eu te encontreiOnde histórias criam vida. Descubra agora