Capítulo 67

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04 de julho - Quinta-feira.
14:01.

Leonard Brown Davis.

Encarei minha esposa adormecida e sorri por ver o quão forte Sarah foi e sempre é. Foram as horas mais longas e agoniantes da minha vida, ver Sarah com dor e não poder fazer nada foi estressante, queria tirar toda a sua dor e por em mim.

Um resmunguinho no meu colo fez com que minha atenção saísse da minha esposa. Sorri vendo nosso garotinho ainda adormecido. Colin é tão perfeito, tão lindo, nunca na minha vida imaginei uma cena tão linda como essa. Em momento algum durante essas nove meses eu tive um palpite do que seria, mas não importaria, meu amor seria o mesmo.

— Você é tão lindo, filho. — Sussurrei cheirando seus cabelos ralos.

Nosso grupo de amigos está agitado, foi mandarmos a foto do nosso filho para começar as inúmeras mensagens, não tive tempo de responder ainda, teria que deixar Colin no bercinho mas não é minha vontade agora. Liguei para minha mãe assim que Sarah adormeceu, dona Leonora estava chorando com um sorriso bobo no rosto, não tenho dúvidas de que vai ser uma avó incrível e sou grato por tê-la conosco nesse momento.

Percebi Sarah se remexer e abrir os olhos, levantei indo até a mesma que sorriu sonolenta ao nos ver.

— Como você está, meu amor? — Perguntei beijando sua cabeça.

— Bem melhor. — Sorriu olhando para o nosso garotinho. — Não conseguiu deixá-lo no bercinho?

— Não. — Neguei olhando o Colin. Estava com um biquinho fofo enquanto dormia. — É uma sensação tão estranha, amor, não sei explicar.

— Parece ser um sonho, não é? — Concordei rápido. — Também estou sentindo isso. — Sorriu. Colin começou a choramingar e despertar, Sarah pegou o mesmo no colo.

— Quer que eu chame a enfermeira para ajudar?

— Não precisa, meu amor, acho que lembro como ela ensinou. — Concordei vendo a mesma tentar colocar o Colin no peito. A ajudei da maneira que conseguia e sorri ao ver nosso menino mamar com as mãozinhas no peito da mãe. — Que estranho. — Fez uma careta.

— Dói? — Ela concordou passando os dedos pelo rostinho do nosso menino.

— Será que já posso comer? Estou morrendo de fome. — Fez um bico fofo. A careta de dor ainda estava em seu rosto. 

— Vou ir lá perguntar, tudo bem? — Sorri beijando seu bico e minha esposa concordou.

Deixei os dois no quarto indo atrás de uma enfermeira, a mesma disse que já levaria nosso almoço então voltei. Sorri ao ver minha mãe ao lado de Sarah, já estava babando no neto.

— Que surpresa, dona Leonora. — Sorri caminhando até a mesma. Minha mãe sorriu com os olhos cheios d'água, seu abraço foi tão gostoso.

— Oh, meu amor, ele é lindo. — Fungou beijando meu rosto. — Como você está?

— Melhor agora, mãe. — Sorri beijando sua cabeça. — Viu seu neto? É a minha cara. — Me gabei fazendo as duas rirem.

— Meu amor, o bebê ainda está com o rostinho bem inchadinho. — Sarah me olhou divertida. Dei de ombros me aproximando deles novamente com a minha mãe.

— Mas você tem que admitir, os traços são meus.

— Não posso negar isso. — Sarah sorriu.

— É, os filhos sempre nascem a cara do pai. — Minha mãe riu negando. — O biquinho, meu Deus. — Sorriu e eu olhei fazendo o mesmo. Colin parecia feliz tomando aquilo que, segundo os livros que li, não era leite.

Na noite em que eu te encontreiOnde histórias criam vida. Descubra agora