Libertando-se sob as estrelas

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Aviso: Neste capítulo, há cenas de violência doméstica. Se isso te incomoda, considere se quer continuar lendo. Essas cenas tratam de questões sérias e buscam iniciar conversas importantes. Se você estiver lidando com problemas similares, é essencial buscar ajuda.

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A CHUVA CAÍA FORTE, ENCHARCANDO AS RUAS E ESCURECENDO O CÉU. Minha vida nos Estados Unidos era difícil. Leon queria controlar tudo, desde a minha roupa até os meus amigos. Ele não gostava quando eu usava roupas curtas, chamando-me de "mulher fácil". Quando eu queria sair com minhas amigas, dizia que eu era uma "interesseira" que só traia ele com outros homens.

Ele sempre me controlava, o que me fazia sentir como um objeto sem vontade própria.

No dia em que resolvi fugir, a chuva caía forte, como se o céu estivesse chorando comigo. Eu estava cansada dessa vida de prisão. Eu queria ser livre.

Há muito tempo, eu já tinha uma mala pronta escondida no fundo do armário. Dentro dela, estavam as roupas que eu mais gostava, algumas fotos antigas. Escrevi uma carta para Leon, com a mão trêmula e o coração pesado, dizendo que estava indo embora. Eu precisava encontrar minha própria voz, longe dele, longe da sombra que ele projetava sobre mim.

Eu precisava respirar, sentir o mundo por mim mesma, sem a influência dele, precisava ser eu mesma, sem medo, sem restrições. E assim, com a mala em uma mão, eu saí pela porta, pronta para enfrentar o desconhecido.

Com a mão firme, abri a porta e enfrentei o mundo lá fora.

A tempestade me recebeu com força quando saí, batendo no meu rosto e molhando a minha pele. As gotas de chuva escorriam pelo meu rosto, elas se misturavam com as lágrimas que eu não conseguia mais segurar. O vento uivava ao meu redor, como se estivesse cantando uma canção de liberdade.

Eu estava voltando para o Brasil depois de 15 anos morando nos Estados Unidos. Estava sozinha e um pouco triste, pois deixaria muitos amigos para trás e uma carreira incrível, mas, ao mesmo tempo, estava animada para começar uma nova fase da minha vida.

Olhei pela última vez para a casa que foi o meu lar por tantos anos. As luzes estavam apagadas, as janelas vazias. Parecia que a casa também sentia minha tristeza.

De repente, um táxi amarelo parou na minha frente. Foi como um farol, iluminando meu caminho. O brilho das luzes do táxi refletia nas poças de água da chuva, criando um caminho de luz na escuridão. O motorista acenou para mim através do vidro embaçado.

— Ei, parece que você precisa de uma carona! — o motorista disse, com um sorriso que iluminou seu rosto cansado.

— Sim, por favor — respondi, aliviada. — Estou indo para o aeroporto de Washington Dulles.

O homem de cabelos-loiros e olhos azuis abriu a porta do carro para mim. Assim que me acomodei no assento de couro macio, algo no painel chamou minha atenção.

Destinados a ficarem juntos © 2023 (SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora