O Peso da revelação

20 2 4
                                    

A SALA DE DESCANSO ESTAVA SILENCIOSA, COM UM LEVE TOQUE DE NEBLINA NO AR

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A SALA DE DESCANSO ESTAVA SILENCIOSA, COM UM LEVE TOQUE DE NEBLINA NO AR. GUILHERME SEGUROU MINHA MÃO PARA ME CONFORTAR. Olhei para o antigo relógio na parede, que fazia um tique-taque constante, lembrando-me do tempo que passava.

— Vamos encontrá-la, Marina — ele prometeu, com convicção.

Concordei, mas a dúvida me consumia. E se não a encontrássemos? Esse pensamento perturbador não saía da minha cabeça. A lembrança de quando minha mãe nos separou me acertou como um soco no estômago. Tentei me controlar, mas as lágrimas começaram a cair. Lembrei dos momentos que passamos juntos e falei:

— Guilherme, me desculpe. Aquele beijo foi um erro. Não posso me deixar levar de novo — eu disse, com a voz trêmula. Um tremor percorreu meu corpo, mostrando a confusão que eu sentia.

Ele me olhou com compreensão, seus olhos castanhos profundos.

— Entendo, mas isso não muda o que sinto. Vou continuar ao seu lado — falou ele, com uma voz suave e acolhedora.

Quando me inclinei para beijar a bochecha de Guilherme, o perfume dele me envolveu, trazendo uma sensação de conforto e saudade. Depois, me despedi e saí da sala de descanso dos médicos, indo em direção à cafeteria do hospital. O cheiro de café fresco foi um alívio bem-vindo.

O lugar era acolhedor e parecia um alívio em meio à tensão que estávamos passando. Margarida e Bianca estavam sentadas em uma mesa perto da janela, com um olhar preocupado. A chuva lá fora parecia refletir o que eu sentia por dentro.

— Marina, o que aconteceu? — perguntou Bianca, quebrando o silêncio com uma voz ansiosa.

Suspirei fundo e tomei um gole de café, tentando encontrar coragem para falar sobre o que estava acontecendo.

— Contei ao Guilherme por que nos separamos — disse ela, com a voz um pouco trêmula.

As duas me olharam com atenção, cheias de expectativa e preocupação. O silêncio que veio a seguir parecia demorado, carregado com o que eu ia dizer.

— E qual foi? — perguntou Margarida.

Olhei para a chuva que escorria pelas janelas, tentando organizar o que ia dizer.

— Minha mãe me ameaçou. Tive que ir embora... e estava grávida na época — contei, com a voz cheia de dor.

Margarida me abraçou e isso me trouxe um alívio inesperado.

— Marina, por que você não confiou em nós? — perguntou Margarida, com dor na voz.

Desviei o olhar, sentindo a culpa pesar em mim.

— Eu estava com medo, Margarida. Medo de perder tudo. Ela era apenas uma menina, e quando a bebê nasceu... — minha voz falhou, emocionada.

Bianca segurou minha mão.

Destinados a ficarem juntos © 2023 (SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora