Entre Batimentos e Desafios

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O DESPERTADOR TOCOU, CORTANDO O SILÊNCIO DA MANHÃ

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O DESPERTADOR TOCOU, CORTANDO O SILÊNCIO DA MANHÃ. AINDA MEIO SONOLENTA, ME ARRASTEI ATÉ O BANHEIRO. A água fria do chuveiro me deu um choque, mas logo me senti mais alerta. Me vesti rapidinho e fiz um café. Enquanto tomava o café quentinho, a luz da manhã começou a entrar pela janela, deixando tudo mais bonito. Depois, arrumei minha bolsa, sentindo o peso do jaleco branco. Ele parecia pesar uma tonelada.

Com um toque no celular, chamei um carro. Quando recebi a notificação de que ele já estava em frente à minha casa e não pude evitar sentir aquele frio na barriga, afinal iria exercer minha profissão como médica aqui no Brasil, então peguei minha bolsa, tranquei a porta e fui até o carro, que já estava me esperando. O motorista acenou e eu entrei no carro, pronta para mais um dia.

— Pra onde hoje? — Perguntou o motorista, sua voz grave competindo com o barulho do trânsito.

Ajeitei o banco, sentindo o barulho da cidade invadir o carro, e respondi:

— Vamos para a Ultra São Paulo.

Ele olhou pelo retrovisor com curiosidade:

— Eita! Hospital. Tem algo errado?

Tentei manter a voz firme ao responder:

— Não, é só o meu primeiro dia de trabalho lá.

Seu olhar se suavizou e um sorriso surgiu nos lábios dele.

— Novata, mas você tá nervosa?

Desviei os olhos para a janela, deixando o olhar se perder na paisagem em movimento.

— Trabalhei nos Estados Unidos e tô voltando pro Brasil depois de 15 anos. — Disse, enquanto observava os prédios passando.

— É um desafio e tanto.

Respirei fundo, admitindo:

— É verdade.

Ele me olhou com um olhar encorajador pelo retrovisor.

— Relaxa. Tenho certeza que você vai arrasar.

— Espero que sim. Obrigada. — Agradeci, tentando absorver as palavras dele.

— Então, bora lá. Vou te levar até lá.

No caminho, observei a cidade pela janela. As ruas de São Paulo passavam rapidamente, carros velozes, prédios imponentes. O barulho do trânsito dominava, misturado aos cheiros da comida de rua e do café das cafeterias. Apesar de o dia estar lindo, um pouco nublado, a inquietação persistia. Eu estava prestes a iniciar meu primeiro dia como médica no Brasil.

Eu estava prestes a iniciar uma nova vida, em uma cidade diferente e com uma profissão recém-adquirida. Ainda a caminho do hospital, notei uma aglomeração na calçada. O céu nublado indicava chuva. Uma mulher chorava, abraçada a um homem caído no chão. O vestido floral dela contrastava com o cinza do pavimento. Um aperto tomou meu peito, as batidas do coração ecoando como um tambor. Com voz firme, pedi para o motorista parar.

Destinados a ficarem juntos © 2023 (SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora