Em busca de verdade ocultas

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O AR-CONDICIONADO DO AEROPORTO ERA ÓTIMO

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O AR-CONDICIONADO DO AEROPORTO ERA ÓTIMO. ESTAVA MUITO QUENTE. O AEROPORTO ESTAVA CHEIO E PESSOAS DE TODO MUNDO, que andavam muito rápido. Ouvimos os anúncios dos voos, as conversas animadas e o barulho das malas sendo arrastadas. Eu sorri ao pensar na viagem que estava prestes a fazer.

Enquanto esperava a resposta de Emily, senti meu celular vibrar na minha mão, parecendo compartilhar minha ansiedade.

— Emily, sou eu! Tô no aeroporto, pronta pra ir pra São Paulo. — Minha voz tremia, e o telefone parecia um trenzinho no meu ouvido.

— Marina! Que bom ouvir de você! — Emily suspirou aliviada. — E aí, como tá a correria da viagem?

— Já fiz o check-in. Tô pronta pra embarcar. — Respondi, tentando controlar o nervosismo.

Um silêncio. Emily parecia escolher as palavras com cuidado.

— Mari, você já pensou no que o Leon vai fazer quando descobrir que você fugiu? — Emily perguntou, com um ar preocupado.

A pergunta da Emily ficou na minha cabeça, fazendo meu coração acelerar e minhas mãos suarem. Eu sentia o olhar do Leon, meu ex-namorado abusivo, mesmo que ele não estivesse perto.

Eu estava prestes a começar uma nova fase da minha vida, e isso me assustava. Mas, ao mesmo tempo, eu estava curiosa pra ver a cara dele quando descobrisse que eu havia ido embora.

— Só de imaginar a cara do Leon quando descobrir que fui embora, dá um frio na barriga — confessei, tentando esconder o tremor na minha voz.

— Realmente, o Leon é perigoso. Ele machucou o Gerard. — Emily falou, preocupada. — Mas a gente tá fazendo de tudo pra te proteger.

— E o que vocês tão fazendo? — Perguntei, ansiosa.

— O Gerard conseguiu denunciar o Leon. A polícia já mandou uma ordem pra ele não chegar perto de vocês.

— O Gerard fez isso? — Perguntei, espantada.

— Sim, ele fez isso pra te proteger. — Emily confirmou.

Fiquei surpresa e emocionada ao ouvir isso. O Gerard sempre foi um bom amigo, mas eu não esperava que ele fosse tão longe para me proteger.

— Leon vai perder o emprego? — perguntei, com medo de que a resposta fosse sim.

Emily hesitou antes de responder.

— Parece que sim. — Ela disse. — O que ele fez... foi muito errado. Sei que os pais dele estão muito tristes, mas... — Ela suspirou. — Não podemos ter um médico que perde a paciência com tanta facilidade no nosso hospital. É perigoso para os pacientes.

Houve uma pausa em sua fala.

— Amanhã de manhã, quando o sol nascer, vamos oficializar a demissão dele. E, na minha opinião, nenhum outro hospital vai querer contratá-lo depois do que aconteceu. — Ela concluiu.

O silêncio na ligação se prolongou por um momento.

— Emily, e o Gerard? Ele tá bem? — perguntei, com a voz cheia de preocupação.

— Vai ficar, Marina. — Emily disse, tentando me acalmar. — Ele levou um soco, mas já foi ao médico. Só tem um olho roxo, mas não se preocupe.

Ao ouvir isso, respirei aliviada, sentindo um peso enorme ser retirado dos meus ombros.

— Ufa! — disse aliviada. Saber que o Gerard estava bem me fez sorrir, mas a culpa logo me consumiu. — Se algo pior tivesse acontecido com ele, eu nunca me perdoaria.

— Marina, estou com você. — Emily respondeu, firme. — Não adianta ficar pensando no que já aconteceu. O que importa é o futuro. É hora de começar de novo. Não deixe nada te impedir.

Respirei fundo, absorvendo as palavras da Emily. Senti uma nova determinação se formar dentro de mim.

— Eu consigo! — eu disse, com os olhos brilhando de determinação.

Desliguei o telefone e fui tomada pelo barulho do aeroporto. O zumbido das conversas ao meu redor era ensurdecedor, mas eu não conseguia prestar atenção. Meus pensamentos estavam voltados para a conversa que acabara de ter. A ideia de o Leon descobrir que eu havia partido me deixava apavorada.

Peguei minha mala e comecei a andar em direção ao portão de embarque. Cada passo que eu dava era como se eu estivesse deixando um pedaço de mim para trás.

Quando cheguei perto do portão, senti um frio na barriga. O aeroporto estava cheio de gente. Depois de olhar para o painel de voos, entrei no avião, que estava fresco e cheiroso.

Quando o avião decolou, a cidade que eu conhecia ficou pequenininha lá embaixo. Eu me senti leve, como se pudesse voar. O som do motor do avião era um lembrete de que eu estava começando uma nova aventura.

Olhei pela janela, vendo a cidade ficar cada vez menor. Eu sentia um monte de coisas diferentes: alívio, esperança, mas também um pouquinho de tristeza.

Eu estava aliviada por finalmente estar deixando Leon para trás. Ele era um homem mau que me fazia sofrer.

Também estava esperançosa pelo futuro. Eu estava animada para começar minha vida de novo, perto da minha família e amigos, mas também sentia um pouquinho de tristeza por estar deixando Washington, a cidade onde eu morava há muitos anos.

Eu conhecia bem aquela cidade, com suas ruas cheias de gente, seus museus e suas lojas. Lá construí minha carreira, conheci pessoas novas e vivi muitas aventuras.

Mas era hora de seguir em frente.

Ao meu lado, uma senhora de cabelos brancos me olhava com curiosidade. Ela sorria de um jeito gentil.

— Você parece nervosa. — ela observou.

— Um pouquinho, sim. — eu admiti, olhando para as minhas mãos juntas. — Morei em Washington por 15 anos, e agora tô voltando pro Brasil. E você, pra onde vai?

— Vou visitar a minha filha mais velha no Brasil. — ela respondeu. — Deve ser bem legal ver como as coisas mudaram lá. Como você tá se sentindo, pensando em rever a família depois de tanto tempo?

— Tô muito animada, mas também um pouco preocupada. — confessei. — Não sei o que me espera. Muita coisa deve ter mudado desde que fui embora.

A senhora concordou, parecendo entender todos os sentimentos que eu estava sentindo.

— Entendo. — ela disse, segurando a minha mão. — Mas nunca se esqueça, não importa quanto tempo você esteja longe, o Brasil sempre vai ser o seu lar.

Balancei a cabeça, mas não estava com certeza. A única pessoa da minha família que tenho agora é a Patrícia, minha irmã mais velha, mas, eu ainda não estava pronta para ver de novo. Eu estava com medo, não só do desconhecido, mas também de contar a verdade. A verdade é que a nossa mãe me obrigou a ir para os Estados Unidos. Foi uma decisão difícil, mas era uma questão de vida ou morte. Eu estava com medo de contar para a Patrícia o que realmente aconteceu. Eu não sabia como ela ia reagir, porém, eu sabia que, um dia, eu teria que contar a verdade.

— Já foi pro Brasil? — perguntei, tentando tirar o pensamento ruim da cabeça.

— Ah, sim, várias vezes. — ela respondeu, sorrindo com saudade. — É um lugar legal, cheio de cultura e gente legal.

— Que bom ouvir isso. — respondi aliviada. — Tô doida pra rever minha terra natal.

O avião continuou a voar, levando-me para uma nova vida, longe de Leon e perto da minha família. Enquanto olhava para as estrelas, senti uma gratidão enorme.

Sabia que essa jornada seria cheia de desafios, mas também estava determinada a superá-los. Estava ansiosa para começar um novo capítulo da minha vida.

E assim, enquanto o avião traçava seu caminho pelo céu, olhei para o horizonte, sabendo que essa história estava apenas começando.

Destinados a ficarem juntos © 2023 (SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora