• Capítulo VI - Jamais •

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"I used to hear a simple song,
That was until you came along,
Now in it's place is something new,
I hear it when I look at you."

~Cody Fry, I Hear a Symphony

•Dia VI•

Dessa vez, Marina é a primeira a acordar. Ela se levanta, e se direciona para a cozinha, onde ela prepara seu cereal e come, em silêncio.

Pedro entra no mesmo ambiente pouquíssimo tempo depois.

- Bom dia, Mari. Podemos conversar?

Ela respira fundo.

- Não sei. Não sei se me sinto a vontade pra conversar com você depois de tudo o que você fez para a Rocs.

Pedro fica em silêncio por um curto período.

-"Rocs?"

- É. Um apelido. Para a Jackie.

Pedro esboça um sorriso.

- Já tem apelidos? Não é tão impressionante vindo de você, mas chega a ser engraçado. Fazem seis dias que vocês se conhecem...

- Não fale comigo desse jeito informal. Você sabe o que você fez.

- Já está até pegando o jeito dela de falar...

- Não envolva ela nas suas atitudes irracionais, Pedro.

Pedro respira fundo, balançando uma pequena xícara branca entre seus dedos.

- Mari, eu sei que você ficou chateada, mas eu não quero que leve isso para o pessoal, ou que me entenda de forma negativa sobre isso. Mas o que aconteceu não foi por pura diversão minha em cortar jovens, acredite, eu não sou assim. Nós precisávamos de uma amostra do DNA dela, e nós insistimos em uma anestesia, mas ela não quis.

- E qual é o propósito disso tudo? Fazer ela se machucar cada vez mais?

- Eu e a Regina não queremos matar ela.

- Vocês não vão matar ela.

- Estamos tentando reproduzir o sangue dela de forma saudável e científica, capaz de gerar um antivírus seguro. O mundo ainda pode ser resgatado, existem mais de mil pessoas vivas, ainda, Marina, e não podemos ser egoístas a esse ponto. Eu sei que ela é importante para você, mas ela tem um DNA forte demais para ser ignorado, entende?

Marina leva as palmas da mão ao rosto, respirando fundo. Pedro, que estava sentado em sua frente, observa atentamente as marcas de dentes no lado oposto de suas mãos, e então, a puxa para perto.

- O que é isso?

- A minha mão?

- Essa mordida.

- Ah. Eu não quero comentar sobre isso.

Pedro a encara.

Até que Sobre Só Nós Duas Onde histórias criam vida. Descubra agora