Jackie passa o resto da noite ajudando Regina na barreira. E isso leva muito tempo.
Marina está dentro do laboratório, com o coração na mão. Ela afirma eternamente surtos internos, gritando contra o travesseiro. Ela nunca achou que Jackie daria o primeiro passo.
Na verdade, ela pensou que Jackie não daria passo nenhum. Que elas terminariam essa história como amigas.
Ela não consegue conter a felicidade.
O calor e a sensação de realização de beijar Jackie, é quase como sonhar enquanto está acordada. Foi incrível. E ela faria tudo outra vez, milhares de vezes.
"Isso significa que somos namoradas? Eu nunca tive uma namorada..."
Na verdade, Marina nunca teve um relacionamento. E isso tudo mexia com a sua cabeça. Ela sentia uma ansiedade, mas uma ansiedade boa.
Tudo poderia dar certo. O mundo voltaria ao normal e ela dividiria uma vida perfeita com sua esposa.
Mas era difícil ser tão otimista. Os avanços eram lentos, e a estimativa de vida de Jackie não era das melhores.
Seu sangue ainda era denso, prestes a parar de bombear no coração em pouco tempo. Indeterminado, mas pouco.
E aquele beijo carregou todo esse medo nos ombros de Marina. Porque ela não pode perder aquela sensação.
Ela não pode perder a Jackie.
Seu coração acelerado está quase saíndo pela boca, agora. Um mix de sentimentos, como a montanha russa da paixão e a tirolesa do medo do abandono não-opcional. Tudo isso era novo para ela.
Mesmo que ela sempre soubesse, afirmar isso na própria cabeça parecia fazer muito mais real.
Marina precisa desabafar com alguém. E automaticamente, ela pensa em Carina.
Porém, não.
Os últimos dias provaram algo para Marina; que a confiança é algo que deve ser conquistado.
E sabe de quem ela lembra com essa frase?
Da Jackie.•
— É isso, acho que conseguimos. Você conseguiu, na verdade.
— Fico feliz em ajudar em algo que não dependa do meu DNA.
Regina a encara. Ela percebe no semblante da garota de que ela não está brincando. Ela está séria, porém inquieta desde que começou a concertar a barreira.
— Eu devo desculpas por isso. É o fim do mundo, Jackie, mas isso não quer dizer que devemos sacrificar você. Eu seria incapaz de te matar, principalmente sabendo do que você significa para a Marina.
Jackie arruma a postura, se levanta e olha para o rosto da ruiva.
— ...Como assim, "O que eu significo para a Marina"?
— Ah, como se você não tivesse percebido que ela é obcecada por você.
Jackie sorri sem perceber.
— Não, eu percebi. Eu sei disso. Mas você falou com muita propriedade. Ela fala de mim para você?
Regina ri.
— Jovens são engraçados. — Ela começa a arrumar os materiais usados para a manutenção em uma caixa. — Falou, uma vez. Mas você sabe, ela não confia tanto assim em mim depois do que eu fiz.
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Até que Sobre Só Nós Duas
RomanceMarina é uma cientista laboratorial durante um cenário pós explosão de usina nuclear, onde grande parte da população está se transformando em zumbi por radiação contagiosa. Porém, o laboratório descobre que uma garota em potencial possui um sangue c...