Capítulo XVIII - Morte

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Jackie passa o resto da noite ajudando Regina na barreira. E isso leva muito tempo.

Marina está dentro do laboratório, com o coração na mão. Ela afirma eternamente surtos internos, gritando contra o travesseiro. Ela nunca achou que Jackie daria o primeiro passo.

Na verdade, ela pensou que Jackie não daria passo nenhum. Que elas terminariam essa história como amigas.

Ela não consegue conter a felicidade.

O calor e a sensação de realização de beijar Jackie, é quase como sonhar enquanto está acordada. Foi incrível. E ela faria tudo outra vez, milhares de vezes.

"Isso significa que somos namoradas? Eu nunca tive uma namorada..."

Na verdade, Marina nunca teve um relacionamento. E isso tudo mexia com a sua cabeça. Ela sentia uma ansiedade, mas uma ansiedade boa.

Tudo poderia dar certo. O mundo voltaria ao normal e ela dividiria uma vida perfeita com sua esposa.

Mas era difícil ser tão otimista. Os avanços eram lentos, e a estimativa de vida de Jackie não era das melhores.

Seu sangue ainda era denso, prestes a parar de bombear no coração em pouco tempo. Indeterminado, mas pouco.

E aquele beijo carregou todo esse medo nos ombros de Marina. Porque ela não pode perder aquela sensação.

Ela não pode perder a Jackie.

Seu coração acelerado está quase saíndo pela boca, agora. Um mix de sentimentos, como a montanha russa da paixão e a tirolesa do medo do abandono não-opcional. Tudo isso era novo para ela.

Mesmo que ela sempre soubesse, afirmar isso na própria cabeça parecia fazer muito mais real.

Marina precisa desabafar com alguém. E automaticamente, ela pensa em Carina.

Porém, não.

Os últimos dias provaram algo para Marina; que a confiança é algo que deve ser conquistado.

E sabe de quem ela lembra com essa frase?
Da Jackie.

— É isso, acho que conseguimos. Você conseguiu, na verdade.

— Fico feliz em ajudar em algo que não dependa do meu DNA.

Regina a encara. Ela percebe no semblante da garota de que ela não está brincando. Ela está séria, porém inquieta desde que começou a concertar a barreira.

— Eu devo desculpas por isso. É o fim do mundo, Jackie, mas isso não quer dizer que devemos sacrificar você. Eu seria incapaz de te matar, principalmente sabendo do que você significa para a Marina.

Jackie arruma a postura, se levanta e olha para o rosto da ruiva.

— ...Como assim, "O que eu significo para a Marina"?

— Ah, como se você não tivesse percebido que ela é obcecada por você.

Jackie sorri sem perceber.

— Não, eu percebi. Eu sei disso. Mas você falou com muita propriedade. Ela fala de mim para você?

Regina ri.

— Jovens são engraçados. — Ela começa a arrumar os materiais usados para a manutenção em uma caixa. — Falou, uma vez. Mas você sabe, ela não confia tanto assim em mim depois do que eu fiz.

Até que Sobre Só Nós Duas Onde histórias criam vida. Descubra agora