• Capítulo VII - Seríamos Humanos

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"Might be so sad,
Might leave my nose running,
I just hope she
Don't wanna leave me".

~Steve Lacy, Dark Red.

Dia VII

A conversa de ontem entre Jackie e Carina não foi tão longe, mas foi longe o suficiente para Carina entender o papel fundamental de Marina naquela situação.

Na situação de Jackie: Alguém que havia acabado de chegar em um ambiente completamente novo, sem conhecer ninguém e sem conseguir se adaptar sem um empurrão.

Eram sete e meia da manhã. Jackie estava sentada em um balcão do laboratório enquanto Pedro e Regina analisavam seus olhos com um aparelho. Marina ainda estava dormindo, mas ela se sentia segura após ouvir pelas paredes a conversa que ela teve com Pedro.

- Definitivamente o seu olho ter mudado a pigmentação é uma consequência da alteração do seu sangue.

- Você se importa se nós...

- Fiquem a vontade. Eu já estou ciente sobre os estudos de vocês. Vou tentar manter a calma.

- Você ainda está com o aparelho?

Jackie levanta levemente a camiseta, revelando um aparelho de metal colado em seu corpo, com alguns números em ordem que se alteram de tempos em tempos, quase como uma bomba, ou, se pensar de forma menos trágica, um microondas.

- Certo, vamos tirar o aparelho.

Jackie encara ambos antes de confirmar com a cabeça. Se Marina confia neles, ela deve ter um bom motivo.

Regina removia calmamente o aparelho.

- Isso aqui mediu o calor do seu sangue durante bastante tempo. Também contando a sua frequência cardíaca, que faz parte dos estudos.

- Entendo.

Pedro e Regina tiram um microchip do aparelho e inserem em uma espécie de computador, que mostra exatamente a temperatura do sangue e seus batimentos em cada segundo a partir do momento em que o aparelho foi ligado.

- A temperatura do seu sangue e os seus batimentos possuem ápices. Percebe?

Jackie concorda com a cabeça.

- Em alguns momentos seu coração bateu em uma frequência bem mais rápida e seu sangue esquentou, também. - Regina olha para ela. - Isso gerou algum mal estar?

- Não.

- Sério? Não sente nada nesses momentos? É capaz de seu corpo combater esses sintomas, também.

- Eu não senti nada.

- Certo. - Pedro faz anotações em seu caderninho de estudos. - O seu sangue não está sendo uma tarefa fácil. Tentamos de tudo para multiplicar o DNA, mas parece que há algumas barreiras que nos impedem... E temos medo que isso, de alguma forma, também te afete.

- Como assim?

- Temos medo que seu DNA "se quebre". - Regina termina. - O seu DNA parece humano, mas editado de diversas formas, quase como um "programa hackeado", sabe?

Até que Sobre Só Nós Duas Onde histórias criam vida. Descubra agora