Capítulo XIV - Pela descoberta

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A noite chega. O pior pesadelo de Jackie.

Ela vai para o quarto depois de tomar seu banho, e ela sabe que essa noite não vai ser como as outras.

As outras em que ela escuta Marina falar até cair no sono. As outras em que ela recebe sua dose de otimismo e alegria.

Ela entra no quarto. Absolutamente ninguém.

Ela respira fundo, encara a própria cama. Não consegue simplesmente deitar e dormir, porque tem muita coisa passando pela sua cabeça agora.

Sua guitarra está na parede. Seu olhar se fixa na mesma. E, ao lado, um quadro.

Marina olhava para o céu de dentro da casa da árvore. Poucas estrelas, e sua vista do céu parcialmente coberta por folhas de árvores.

Uma estrela brilhava mais forte. Ela sabia que era Pedro olhando para ela. Com aquele brilho, só podia ser ele.

- Oi, pai. - Marina sorri. - Você foi incrível. Você é incrível. Eu sempre vou ter orgulho de quem você foi. Se isso acabar, vamos dedicar essa vitória a você. Eu prometo que vou fazer o possível para ajudar a Regina a salvar o mundo. Prometo que vou tentar ser quase tão boa quanto você.

A neblina está forte. Marina consegue sentir uma leve brisa, ou talvez fosse apenas um arrepio.

- Eu confesso, não sei como seguir adiante sem você. Se estiver aí... Se estiver me ouvindo, e puder me mandar um sinal... Eu detesto me sentir sozinha.

- Marina?

Marina olha ao redor.

- Marina, aqui em baixo, burra.

Marina olha para baixo, no gramado.

Jackie está segurando a guitarra, com cabelos molhados, provavelmente recém lavados. Ela está com uma expressão calma, diferente da maioria das vezes, que está emburrada.

E isso assusta Marina.

- Que cara é essa?

Jackie franze a testa.

- Que cara?!

- Ah, nada. Você estava com uma expressão esquisita.

- Você está sempre com essa expressão e eu nunca falo nada.

Marina não ri. Ela mantém um semblante calmo.

- Você não deveria estar indo dormir agora?

- Eu estava ensaiando uma música na minha guitarra e decidi vir tocar aqui fora. - O que era claramente uma mentira. - Se importa se eu ensaiar aqui?

- Não.

- Que bom, porque eu ia tocar de qualquer jeito.

Marina revira os olhos.

- O que te impediu de tocar lá dentro?

Até que Sobre Só Nós Duas Onde histórias criam vida. Descubra agora