7 dias - Nathaniel Carello, Amor Doce

Anxiety

Aviso:

A parte inicial do capítulo é um filler, sendo assim a leitura não é obrigatória. É basicamente uma pequena amostra do universo "escolar", com os personagens na escola, que eu revelei capítulos atrás que estou desenvolvendo e trouxe uma pequena parte. Aqui, o faço novamente.

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Em um outro universo...

Catherine teve seu pacato sono interrompido pelo rude abrir de cortinas. A luz do dia nublado a fez contrair os olhos, enquanto a sua carrasca se aproximava da cama. Uma carrasca de 1,70 de altura, rabo de cavalo e roupa de academia rosa.

- Vamos. Já é dez da manhã e você nunca foi de acordar tarde.

Catherine resmungou, colocando o travesseiro sobre a própria cabeça. Naomi não desistiu.

- Você me prometeu que ia sair para correr comigo essa manhã, e eu vim cobrar. Vem logo!

A colombiana puxa as cobertas, tentando fazer a amiga levantar. Era a oportunidade perfeita de ocupá-la com outras coisas, lotar sua mente com algo que não fosse problema.

- Eu quero ficar deitada. – Disse manhosa, com a cabeça ainda escondida pelo travesseiro, torcendo para que Naomi sentisse pena e a deixasse afundar na cama pelo resto do dia, como fizera no dia anterior.

Um fim de semana perfeito para seu estado emocional: deitada, refugiada na cama, sem ter de interagir com o mundo exterior. Apenas preparar as refeições de sua mãe e mandar mensagens à sua melhor amiga – essa mesma que, agora, tentava arruinar seu belo domingo nublado.

De fato, Catherine sabia que essa não era a melhor maneira de lidar com a situação. Mas estava sem vontade até de tentar se reerguer. Naomi, no entanto, não iria jamais aceitar uma coisa dessas, e voltou a falar.

- É por causa dele, não é?

A entonação no "dele" deixou bem claro de quem Naomi estava falando. E sim, ela estava certa. Catherine podia tentar disfarçar, mas a morena a conhecia muito bem, mesmo em poucos meses de amizade.

- Talvez. – Após ser pega no flagra, retira lentamente o travesseiro de seu rosto, suspirando. Seu cabelo de tom ocre estava completamente desgrenhado.

- O que o representante fez dessa vez? – Naomi diz, mais como um sussurro para si mesma. Por fim, se senta na cama. – Vou falar sério agora. Eu não sei o que aconteceu, nem espero que você me conte em detalhes nem nada, vai da sua vontade. Agora eu não vou deixar você ficar assim, aqui, plantada.

Catherine sorriu. Naomi era uma espécie de força da natureza com a qual ela não conseguiria brigar.

- Eu não estou te levando ao Moondance para madrugarmos dançando, nem nada do tipo. Eu vou te levantar dessa cama, para dar uma volta na praça. Depois a gente toma um sorvete ou algo do tipo, o que você quiser. Mas você precisa sair, tomar um sol. Às vezes a gente precisa se desligar do mundo, eu entendo, mas o que você está fazendo é só se isolar a uns bons dias e não tem melhorado nada.

Catherine não conseguiu contra argumentar, pois ela, de fato, estava certa. Finalmente, cedeu. Levantou-se arrastada, escovou os dentes e domou os cabelos. Talvez fosse hora de cortá-los. Vestiu o mais parecido com "roupa de esportes" que tinha: uma bermuda preta de lycra (com um pequeno furo na lateral esquerda, que passou despercebido) e uma camiseta folgada. Anos de sedentarismo, afinal.

Suspirou, saindo acompanhada de sua residência. Amanhã seria segunda-feira e teria de ir à escola – já estava perto do limite bimestral de faltas, talvez devesse parar de matar as aulas de francês – e ir à escola significava ter de encarar Nathaniel.