Capítulo 04 - Dedo de ouro extra

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O choro de bebê acordou a jovem que estava dormindo tranquilamente, seu rosto ainda bastante confuso não percebeu de imediato o que estava acontecendo e o gigante painel acima de sua cabeça, como por instinto ela pegou o menino no colo e o balançou pra ver se acalmava, porém ele não parava de gritar, ela relutantemente se obrigou a acordar e olhar porque o bebê chorava tanto, só depois de sentir a sonolência sumir que sentiu o fedor de cocô vindo da criança, seu estômago embrulhou e quase vomitou o jantar de ontem.

— Puta que pariu bebê, como um ser humano tão pequeno pode soltar uma bomba fedorenta como essa! – seu rosto enrugado como um coque xingava no fundo do seu coração, bebês são lindos, mas nessas horas fedem como a morte.

Ela saiu do espaço, preparou as coisas e deu um banho no bebê, já revitalizado ele parou de chorar na hora e começou a fazer bolinhas com a boca como se pedisse para ser alimentado, e seus olhinhos que não tinham sido abertos até agora finalmente apareceu, para a sua surpresa um era preto e outro verde.

Ele tem heterocromia! Acho que agora entendo o porquê dele estar aqui.

Seus olhos eram definitivamente lindos, mas coisas diferentes e desconhecidas tendem a deixar as pessoas desconfortáveis. Ele pode ter sido abandonado por vários motivos, mas devido ao estado em que encontrou o bebê ela só pensou que tanto a pobreza como a diferença na cor de seus olhos foi o catalisador disso. Saber disso a deixou ainda mais triste, se coisas desconhecidas também são rejeitadas no mundo tão moderno em que viera, quem dirá em tempos com tão pouca informação como este.

Ela continuou a olhar para seu rostinho ainda sem carne e pairou novamente em seus olhos brilhantes, eles são tão lindos que pareciam estrelas tentando chamar atenção, seu coração derreteu na hora ao ver um coque tão fofo e vendedor de meng¹.

Só após suprir as necessidades da criança Madeline percebeu um painel pairando sobre sua cabeça, ele era parecido com aqueles painéis de jogos e embaixo tinha as opções 'sim' ou 'não', Madeline analisou o painel que não existia antes e ficou surpresa com o seu súbito aparecimento.

— Um dedo de ouro extra? – apesar do êxtase uma dúvida encheu a sua mente. Alguém tá me dando muita moral, qual é a sua culpa hem?

Os quatro deuses — supostamente os culpados — que estavam conversando alegremente, espirraram ao mesmo tempo.

— Ei, quem está falando de mim? – o deus das estações exclamou, enquanto limpava o nariz.

— Você sempre se gabando, alguém deve estar falando de nós. – o deus da guerra revirou os olhos.

— Eu não sei quem está falando sobre nós, mas sinto a malícia percorrendo em minha espinha. – a deusa da natureza estremeceu.

— Nem me fale, minha pálpebra direita começou a tremer, provavelmente tem alguém nos caluniando agora. – o deus do conhecimento segurou sua pálpebra que estava em colapso.

Madeline que não fazia ideia de que estava sendo o tópico da conversa dos deuses, voltou a analisar seriamente o painel a sua frente, ela não sabia exatamente sobre o que 'melhoramento' e 'construção' queria dizer, então ficou procurando por uma espécie de configuração ou manual que pudesse explicar sobre o que se tratava. Quarenta minutos depois ela ainda não havia encontrado nada e sua paciência já tinha se esgotado, ela pode ser curiosa, mas não queria ser imprudente ao apertar na confirmação ou negação e cagar com tudo.

— É um dedo de ouro, acho que não deve ter nenhum problema em qualquer uma das opções. – ponderou ao encarar a frase pela milésima vez. — Painel, me ajuda que eu te ajudo, você quer ser usado e eu também quero usá-lo. – só após falar que ela sentiu que essa frase soou um tanto estranha.

Argh, esquece. Não é como se você fosse uma pessoa e eu estivesse te molestando.

— Me mostre alguma configuração ou manual, preciso saber do seu propósito. – ela pediu enquanto apontava para a tela, surpreendentemente a frase mudou para um ícone de livro aberto. — Porra! Então era só ter pedido? – ela puxou seus cabelos ainda ressecados por causa do nervoso. Ela deveria culpar a si mesma por ter feito tudo, menos a coisa mais simples que era pedir para ver o manual.

Madeline respirou fundo e abriu o ícone de livro, na tela ela viu alguns títulos mostrando sobre o que explicavam, ela escolheu o que foi proposto anteriormente e leu a breve explicação sobre 'melhoramento' e 'construção'. Ao que tudo indica sobre esses dois módulos, um é para melhorar a qualidade de objetos inanimados, objetos quebrados não é possível voltar ao seu estado original já que sua função é apenas melhoramento e o objetivo do outro é para construir qualquer coisa, casas, ruas, basicamente ela consegue construir uma cidade inteira sem precisar de mão de obra, o painel fará tudo desde que Madeline forneça os materiais.

Ela só pensou em uma coisa: Que pechincha!

Seu cérebro estava se quebrando pensando em como arranjar muito dinheiro para pagar os trabalhadores e os materiais, caso escolhesse realmente reconstruir essa cidade fantasma, agora esse painel mágico apareceu e resolveu todos os seus problemas. Que fantástico.

Ela vasculhou o restante dos módulos e também tinha algumas coisas muito boas, tem a 'ilusão' que serve para mascarar a construção de algo, as pessoas de fora verão humanos que parecem reais trabalhando, mas elas são apenas ilusões criadas pelo painel, sua função é apenas trabalhar então se alguém chegar para puxar assunto não terão resposta, isso é um pouco problemático porém nada é perfeito né.

Outro módulo que chamou a sua atenção foi o chamado 'mapeamento', ela está ligada a construção, o mapeamento é literalmente como uma planta da cidade, toda a cidade é visualizada nela em 3D e se quiser redesenhar o lugar Madeline pode mudar as coisas de lugar, acrescentar algo que não existia, é como se fosse um caderno de desenho que pode-se inventar o que quiser.

Ela suspirou. Esse painel é realmente O dedo de ouro para um transmigrado.

Madeline deu uma olhada no restante dos módulos e depois o fechou, decidida de que esse painel era do bem ela apertou a opção 'sim' e a tela mudou logo em seguida, revelando outra frase.

[Anfitriã deseja começar o melhoramento ou a construção?]

Como ela não tinha materiais para construir por agora, Madeline desistiu dessa ideia, até porque ela pretende usar o mapeamento primeiro para redesenhar o layout da cidade, e para melhorar os objetos ela poderia usar as madeiras das casas para aumentar a sua qualidade, entretanto muita delas estão quebradas ou rachadas, então também não dará certo.

Depois de divagar por um tempo uma epifania surgiu em sua mente, ela não é proprietária de nenhum desses imóveis. Isso mesmo, apesar de estar abandonado, todas essas construções possuem um proprietário, se ela quiser que seus planos vá para frente precisará se tornar dona de todos os imóveis desse lugar.

Mas o mais importante de tudo, ela não tem dinheiro, mesmo que possa comprar, Madeline não tem um tostão no bolso.

— Parece que terei que fazer uma visita a cidade ao lado. – seu coração estava pesado porque se ela não estiver errada, terá que andar até lá por no mínimo uma hora e meia.


Nota da autora:

[1]: "Meng" é aquelas expressões fofas, é muito comum encontrar em manhuas, manhwas e mangás. Um exemplo é o Kotaro do anime Gakuen Babysitters , esse bebê vive vendendo meng.

 Um exemplo é o Kotaro do anime Gakuen Babysitters , esse bebê vive vendendo meng

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Tornando-se a jovem senhorita em outro mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora