Capítulo 20 - Aprendizes

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Em um lugar distante, uma silhueta feminina em vestes amarelas, corria com seus pés descalços na grama úmida em direção ao pavilhão no centro do lago repleto de baronesas, em consequência de suas pétalas roxas, o pavilhão de jade branco era especialmente visível. Três homens estavam concentrados na mesa de centro, onde uma pequena torre de madeira parecia querer desmoronar com a menor brisa, eles simplesmente estavam jogando Caiu Perdeu com a maior seriedade possível e não perceberam a chegada de um vendaval conhecido como sua irmã mais velha. No momento seguinte, a mesa balançou e a torre intacta desmoronou como se nunca antes estivesse em pé, como o jogador da vez era o deus das estações, com seu temperamento explosivo, ele rugiu e jogou todas as peças de madeira dentro do pobre lago inocente.

"Tsc. Mais uma vez teremos que resgatar e arranjar novas peças." Os três pensaram ao mesmo tempo.

Embora estivessem acostumados com seu pavio curto, era bastante enfadonho ter que arrumar novos jogos todas as vezes. Nesses milhares de anos de convívio, já perderam a conta de quantas vezes tiveram que fazer isso.

— Ops, sinto muito. – ela sorriu e esfregou a testa sem jeito. — Estava olhando o espelho d'água agora e descobri que nossa menina é mais perspicaz do que imaginávamos.

— Dado ao seu talento, realmente não sei porque ficaríamos surpresos com suas ações. – o deus do conhecimento falou despreocupadamente.

— Sim, você tem razão, mas ainda é assustador a rapidez de sua mente. Até nós, que somos divindades podemos ser lentos em certas situações. – a voz feminina continuou.

— Mas então, por que o repentino elogio a nossa criança? – o deus da guerra perguntou curioso.

— Ah, certo! Ela descobriu sobre o problema da saúde nesse mundo, se levarmos em conta que faz apenas alguns dias que parou para investigar, sua conclusão foi bem rápida.

— É ótimo que ela tenha se dado conta da situação, mas sabemos que ela não conseguirá encontrar a causa raiz do problema. – o deus das estações finalmente se pronunciou ao cessar a sua raiva.

Na verdade, eles haviam esquecido desse pequeno detalhe.

— Verdade. – a deusa da natureza suspirou. Se eles não revelarem para ela, Madeline jamais saberá o porquê essa crise sanitária instaurou neste mundo antigo.

— Espero que ela possa salvar este lugar, senão, estaremos condenados ao extermínio. – lamentou o deus do conhecimento, para ele, não poder solucionar este problema era devastador, infelizmente mesmo com seu vasto conhecimento, ele nunca poderia interferir na questão da saúde.

Enquanto os quatro estavam num lamento sem fim, o centro de seu assunto estava à beira do colapso. Os olhos de Madeline estavam queimando como se tivessem encostado em brasas, seu pescoço e coluna doíam tanto que ao se mexer podia escutar o barulho de estalo.

Ela estava muito cansada, ou ainda pior, exausta e esgotada.

Madeline passou os últimos seis dias analisando uma forma de diminuir o déficit no entendimento do quesito saúde, infelizmente, era mais fácil falar do que fazer. Depois de muito pensar ela percebeu que não adiantaria em nada querer solucionar eventos passados e era mais eficaz prestar atenção no presente, sendo assim, Madeline escreveu incansavelmente um livro que compilava todos os seus pensamentos básicos sobre fitoterapia. Como forma de agilizar a tarefa, ela comprou os escassos livros de medicina nas livrarias e criou um novo com base no seu próprio saber e o pobre saber deste mundo.

Neste momento ainda era quatro horas da tarde, e o escritório estava mortalmente silencioso e escuro. Nuvens grosseiras e assustadoras tomavam todo o céu, nenhuma gota ainda havia caído, mas nada garantia que não desmoronassem do nada.

Tornando-se a jovem senhorita em outro mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora