Capítulo 12 - Se estabelecendo

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O sol ainda não tinha nascido quando Madeline acordou, o bebê ao seu lado ainda dormia profundamente, nada parecido com o energético e choroso da madrugada. Apesar de estar cansada, nada poderia fazer, visto que tinha assuntos importantes para tratar no dia de hoje.

Ao sair do espaço ela lavou o rosto, escovou os dentes e se preparou para ir à casa da família Ouyn. Madeline precisava ir primeiro para a cidade Cerejeiras ao Vento, pois teria que resolver a questão da casa antes que todos pudessem se mover, e se por acaso tivesse sorte de encontrar uma boa residência ainda hoje, precisaria que alguém a acompanhasse para buscar as pessoas depois. Ela não estava nem um pouco disposta a voltar para essa cidade fantasma antes de resolver a situação do material de construção.

Quando chegou à porta da família Ouyn ela a encontrou aberta e as vozes baixas já destacavam que estavam acordados, Madeline entrou na casa sem cerimônias e deu bom dia para os três que estavam sentados à mesa.

— Xiao Fei, o que a traz aqui tão cedo? – a voz rouca da matriarca demonstrou surpresa.

As sobrancelhas bonitas da menina se franziu quando escutou a voz da mulher, pelo timbre, isso poderia ser a evidência de uma doença que está por vir.

Como o momento não era adequado para uma avaliação, ela anotou em sua mente que a examinaria o mais breve possível.

— Eu preciso de Yuande pelas próximas horas, quero chegar à cidade vizinha cedo para procurar uma casa. – em cima da mesa ela conseguiu ver as sobras de alguns pãezinhos no vapor, provavelmente é o que estavam comendo antes dela chegar.

A mulher seguiu seu olhar e constatou que ela estava olhando para as sobras nas tigelas.

— Já tomou café da manhã? Quer um pãozinho no vapor, não está quente e também não é muito, mas ainda podemos dividir entre nós. – a sua gentileza mesmo em momentos difíceis como este a fez lembrar-se da mãe da menina Fei, a senhora Huo, bem como a sua própria mãe que faleceu quando ela ainda era muito jovem.

Um calor transbordou em seu coração a muito congelado. Ela sentia falta do amor de seus pais, fazia muito tempo que ninguém expressava um carinho genuíno por ela.

Não ter um ninho para retornar era bastante deprimente e nada agradável.

— Muito obrigada, tia, mas já comi. – Madeline recusou com muito tato, se o seu temperamento for como o do filho, se ela dissesse que não está com fome, a mulher poderia insistir até que ela cedesse.

— Você está indo agora? – Yuande perguntou enquanto enfiava um pãozinho aparentemente frio na boca.

— Exatamente. Tenho muito o que fazer hoje, não posso perder nem um minuto sequer.

— Tudo bem, tudo bem. Vamos andando que temos muito chão pela frente. – ele engoliu o último pedaço de comida na boca e sacudiu a mão para limpar as migalhas. Depois disso, o garoto sumiu por uma das portas, sem saber para onde ele estava indo.

Estando apenas os três, Madeline resolveu deixar algumas responsabilidades para o casal sentado à mesa.

— Tio, tia, espero que vocês possam me ajudar. Como podem ver, o dia vai ser bastante agitado e não terei tempo para algumas obrigações que precisam ser feitas nessa cidade, vocês dois poderiam organizar e supervisionar o trabalho de limpeza da vala? – esse tipo de tarefa não era demorado, mas se a maioria fosse preguiçoso poderia atrasar o desempenho do trabalho.

Os dois ficaram surpresos com a proposta, como não tinham nada o que fazer e anteriormente também concordaram em ajudar no que puder, ambos disseram sim.

— Pode deixar com a gente, somos todos diligentes e terminaremos isso ainda essa tarde. – o homem alto e forte respondeu com um sorriso caloroso, não é seu costume falar muito, então às vezes as pessoas são pegas de surpresa quando o escutam falar ou ser tão simpático.

Tornando-se a jovem senhorita em outro mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora