Capítulo 15 - Habilidades médicas

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Quando estavam voltando para casa Madeline lembrou-se das frutas para fazer a geleia, ela precisa de um fornecedor fixo que não irá dar calote quando mais precisar e que ofereça boas mercadorias, jamais usará frutas de qualidade inferior, ela não é tonta e até os mais tolos sabem que ao entrar na indústria alimentícia não se utiliza alimentos de baixa qualidade. Para um fiasco acontecer, é de apenas um segundo.

Pensando nisso, ela resolveu perguntar a Yuande.

— Yuande, você conhece alguém que possa nos fornecer boas frutas silvestres?

— Conheço. Quando estava trabalhando como ajudante de construção, conheci um garotinho trabalhando no mesmo local. – escutar que uma criança tão jovem estava trabalhando com algo tão pesado, fez o coração dela doer. A realidade desse lugar é tão cruel. — Seria muito bom se pudéssemos ajudar. – uma luz melancólica passou por seus olhos, mas sumiu em apenas alguns segundos.

Madeline ficou intrigada com o que viu.

— Por quê?

Esse garoto tem algo especial? As únicas vezes que vi esse tipo de olhar em Yuande foi quando estava relacionado a sua família.

— Porque ele é como eu. – Madeline não entendeu, o garoto desconhecido é como ele em que sentido? Pobre?

Yuande pareceu notar suas dúvidas e continuou a explicar.

— Ele é quem sustenta a família, assim como eu.

— Existe algum motivo em particular que faça com que ele seja o provedor da família? – normalmente, casos como esse acontece quando na família só tem mulheres, idosos fracos ou pessoas doentes.

— A família dele é formada por três pessoas, incluindo ele. Sua mãe não pode fazer muito e seu pai está doente. Se ele não trabalhar, todos poderão morrer de fome. – pensar nessas coisas só o fazia relembrar de suas experiências anteriores. Era realmente cruel a vida de uma família inteira depender de ombros pequenos, magros e fracos.

— Nesse caso, mais tarde iremos encontrá-lo e discutir esse assunto.

Madeline exortou o garoto a andar mais rápido. Sua prioridade agora era resolver o problema de saúde da mãe dele, depois ainda teria que comprar potes para armazenar a geleia e mais tarde visitar o menino das frutas.

Os dois chegaram em casa e foram em busca da tia Ouyn, a mulher raramente usava seu primeiro nome, principalmente para forasteiros, por causa disso era realmente uma tarefa muito difícil lembrar-se do nome dela. Madeline achava muito estranho chamar alguém pelo sobrenome, especialmente as pessoas mais próximas, então até chegarem a mulher, Madeline se esforçou para encontrar em suas memórias.

Foi quando encontrou os olhos e o sorriso radiantes da mulher que ela lembrou de seu nome, Liang, que significa brilhante. Um nome muito apropriado.

Ambos, marido e mulher estavam sentados no chão do pátio principal, não se sabia o que os dois estavam conversando mas parecia algo bom, pois ela sorria como nunca Madeline outrora teve a sorte de ver. Se não fosse o ar cansado acumulado ao longo dos anos, Liang pareceria muito mais jovem e ainda mais bonita do que é agora.

— Pai, mãe. Voltamos. – Yuande gritou assim que viu os pais.

— Crianças, onde estavam? – perguntou a mulher.

— Apenas fazendo alguns negócios. – Madeline respondeu casualmente, não queria desviar do assunto principal mencionando a questão da geleia. — Tia Liang, tenho um assunto importante a tratar com a senhora.

A repentina mudança de atmosfera, que antes era descontraída e agora emanava seriedade, deixou o casal um pouco desconfortável. Eles temiam que algo ruim tivesse acontecido enquanto estavam fora, um brilho de preocupação cintilou nos olhos da mulher.

Tornando-se a jovem senhorita em outro mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora