Capítulo 06 - Nomeando o bebê

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O sol já estava alto quando ela chegou em casa, provavelmente já era meio-dia, o bebê ainda estava dormindo então resolveu almoçar primeiro, como estava com pressa ela apenas fez macarrão instantâneo e esquentou o leite do bebê.

Parecendo sentir o cheiro da bebida o menino acordou na hora e começou a soltar bolhas pela boca, se ele soubesse como Madeline se segura para não morder o seu rostinho enrugado nunca faria uma ação vendedor de meng como essa.

— Ei bebê, precisamos lhe dar um nome. – ela falou enquanto dava de mamar para a criança, sua ação era lenta já que não estava acostumada a dar de comer a um bebê, sobretudo com uma colher.

Madeline encarou os olhos brilhantes da criança, um verde e o outro preto, e gritou em seu coração o quanto o filho de sua família era tão bonito. Seu rostinho começou a ganhar um pouco de cor, apesar de seu corpo ainda ser bastante magro, com a alimentação diária não demorará para a criança se parecer como um bolinho macio.

— Eu nunca pensei em ter filhos então a ideia de nomes nunca passou pela minha cabeça. – seus pensamentos estavam continuamente pensando em vários nomes do seu antigo mundo, ela não sabia se existia algum tabu ou tradição ao escolher um nome por aqui, mas também não se importava.

De acordo com as memórias da proprietária original, as pessoas deste mundo normalmente possuem dois sobrenomes e um nome, geralmente isso serve apenas para os nobres, famílias pobres possuem apenas um, de modo que é possível identificar o status de alguém na sociedade apenas com esse pequeno detalhe. A proprietária original se chamava Fei, de sobrenome Kalio, e sua mãe se chamava Huo.

Com as imagens recebidas da garota Fei, ela ficou ciente de que a cultura desse lugar é bastante parecida com os países asiáticos do seu mundo original, mais precisamente a China, alguns costumes, festivais, vestimentas e outros é um pouco semelhante a este país. O que a deixou contente foi que a escrita é parecida com a de seu mundo e o dinheiro é fácil de aprender a contar, já que seguia um pouco como o real, apenas que o dinheiro é dividido em cobre, prata e ouro.

Portanto os nomes costumam ter bastante significado para as pessoas desse lugar, assim como nos países asiáticos de onde viera. Madeline não queria dar muita importância para algo assim, então apenas pensou que escolher o nome de algum personagem de livro favorito dela já estaria de bom tamanho, desse modo, se alguém perguntar ela pode dizer que tirou de um livro.

— Pequenino, acho que já sei como chamá-lo. Lembre-se que este nome é bastante especial para a sua mãe porque saiu de um dos meus livros favoritos. – Madeline já havia largado a tigela de leite vazia em cima da mesa da cozinha e esfregou com o dedo indicador o nariz ainda pequeno do garoto. — Você se chamará Adam. Ele pode ter sido um babaca em determinado momento da história, mas sua dedicação em proteger o irmão é invejável, por isso que espero que você cresça forte, corajoso e que não tenha medo de proteger aqueles a quem ama.

O bebê não sabia o que sua nova mãe estava falando, mas ela não parava de sorrir então isso também pareceu o alegrar e uma curvatura dos pequenos lábios apareceu em seu rosto. Sua ação era involuntária, mas por causa da conversa unilateral de agora parecia que ele estava concordando com sua escolha, isso a deixou ainda mais feliz, consequentemente Madeline deixou um beijo estalado na bochecha branca e magra do menino.

Ela ninou o garoto enquanto ainda pensava na questão do nome, Madeline não estava disposta a usar o nome da proprietária original, ela viveu por vinte e sete anos escutando as pessoas chamá-la por Madeline e não se acostumaria a usar outro, também não achava problema em modificar já que não havia muitas pessoas que sabiam o seu nome. Porém, ela decidiu continuar com o sobrenome de família da dupla mãe e filha, queria de alguma forma deixar um pedaço da presença das duas ainda neste mundo.

Adam parecia que não ia voltar a dormir e com o problema do nome resolvido sua mente começou a vagar em outras coisas, como a ida na cidade Cerejeiras ao Vento. Com o dia ficando cada vez mais tarde, ela não tinha certeza se ainda valia a pena ir até lá, a caminhada seria longa, cerca de duas horas e o horário não era propício para longas caminhadas.

— Será que hoje é um dia perdido? – suspirou enquanto encarava o garoto energético em seus braços.

Tornando-se a jovem senhorita em outro mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora