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Vi claramente aquele ser humanoide, jamais havia visto algo assim, o que me fez questionar-me sobre minha própria sanidade. Mas, pelo visto, eu não era a única que estava vendo.

- Você o ver certo, S/n? - Anasui sussurrou próximo ao meu ouvido, tentando fazer o mínimo de roído possível.

- O que é isso? Nunca vi nada assim. - Minha voz saiu meio trêmula no final.

- Prometo que vou te explicar assim que estivermos em segurança. Mas, se você o vê... Caramba, como isso aconteceu?

- O que essa coisa quer num lugar assim?

- Isso que me deixou mais intrigado. Parece estar procurando algo.

- Dinheiro? - Foi a primeira e única coisa que veio a minha mente.

- Duvido muito. Pensei em observar ele e entender o porquê dele estar aqui, mas primeiro preciso garantir que você está segura.

- Mas e você? Se ele te pegar observando e...

Naquele momento, desejei ser invisível. Aquela criatura olhou para mim com seus olhos rasos, parecia não ter sentimentos nem nada do tipo, como uma máquina. Começou a aproximar-se de nós com passos pesados, cada passo daquilo ressoava em minha mente. Senti Anasui apertar minha cintura com mais força, como se tentasse me manter sob sua proteção.

- Não se preocupe, se ele for uma ameaça posso usar meu Diver Down.

Simplesmente continuei em silêncio, sentindo minha respiração falhar. E também, o que diabos seria esse Diver Down? A criatura passou direto, como se realmente fossemos invisíveis. Senti que finalmente meu coração estava normalizando, mas voltei ao nervosismo ao me dar conta de como Anasui estava me abraçando.

- Então o que ele estava procurando não está aqui, e nós definitivamente não somos alvos.

- Achei que meu coração sairia pela boca.

- Quer que eu te explique um pouco sobre isso?

- Você tem tempo? É que ainda preciso conferir se o Emporio já voltou da escola.

- Já está meio tarde pra isso, não?

- Exatamente. Às vezes ele perde a noção do tempo e chega quando já está escuro, meu pai me fez conferir todo santo dia assim que saio do trabalho.

- Então eu te espero aqui na frente. Você tem que fechar aqui, não é?,

- Bem lembrado, os cadeados estão lá em casa também.

- O seu pai teve que fazer algo, hoje? Desculpe por me intrometer, é que sempre vejo ele mesmo fechando aqui e conferindo se todos os cadeados estão em seus lugares.

- Ele deve ter ido jogar sinuca ou qualquer coisa assim.

- Entendo.

- Já volto.

- Toma cuidado!

Ao entrar em casa dei de cara com um breu imenso e tive que sair ascendendo as luzes. Notei que Emporio não estava em casa e fiquei preocupada, mas logo vi sua mochila jogada num canto. Ele deve ter chegado e pediu para ir na casa de algum amigo.

- Anasui, pode me ajudar com todos esses cadeados?

- Claro! Só não sei se vou conseguir fechar tão bem quanto o seu pai.

- Ele é meio maluco, não sei pra quê tanto cadeado.

- Segurança em primeiro lugar.

- Ele usa exatamente essa frase! Como adivinhou, ein?

Oh, Who Is He? - Narciso Anasui  𓊕Onde histórias criam vida. Descubra agora