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Andei pela casa procurando algo útil, só então percebi, aqui não tem nada que ao menos se pareça com aquilo de "primeiros socorros". Lembrei-me de uma pomada que podia ser útil e tentei lembrar onde tinha a visto pela última vez.

- Anasui, me desculpa, mas aqui não tem nada muito útil.

- Não precisa daquele monte de baboseira chique, só espero que não tenha trazido nada que arde. - Ele fez uma careta estranha, fazendo-me rir.

- Acho que essa pomada é de boas.

Segurei uma das mãos dele, meio aflita pelos ferimentos, nunca pensei que me sentiria tão triste ao vê-lo machucado. Havia amornado um pouco de água rapidamente, a água da torneira ainda estava fria demais. Testei várias vezes com medo de estar quente demais, ferimentos são muito mais sensíveis que minha pele, então minha preocupação estava a mil.

Com um pano limpo umedecido, comecei a limpar os ferimentos o mais levemente que consegui, não queria que ele tivesse que sentir mais dor. Narciso soltava uns ruídos às vezes e tentava disfarçar puxando assunto. Em um desses instantes, ele comentou sobre como seria fofo se eu pintasse ao menos uma mecha do meu cabelo de rosa:

- Pensa comigo, seria muito fofo e romântico.

- Isso se o meu cabelo não cair.

- Não é pra tanto. Ou, por um breve acaso, está inventando desculpas?

- Não é isso, só acho que não combinaria comigo.

- Tá de brincadeira? Você é a pessoa mais linda que eu já conheci, e olha que eu me conheço.

- Muito romântico, como sempre.

- Sim. Isso me lembra que você nunca me chamou de algo fofo.

- Me dá a outra mão.

- Já terminou essa? Caramba! - Ele olhou ligeiro e sorriu carinhosamente, lançando um olhar amoroso.

- Não tente escapar do assunto!

- Não tentei, quer que eu te chame de quê? Docinho de abóbora?

- Abóbora é horrível.

- Também acho, como alguém conseguiu criar um doce com isso? Asqueroso...

- Espera, isso foi uma indireta?

- Não! - Acabei deslizando por um segundo e Anasui sentiu bem na ferida. - Ai, desculpe...

- Tudo bem, acidentes acontecem.

- Eu não quero te machucar mais...

- Não vai, você é a minha cura.

- A dor te deixa romântico?

- Sempre fui romântico.

- Pior que não posso discordar disso.

- É uma pena. Se discordasse, eu poderia provar o contrário.

- Talvez eu discorde...

- Agora não vale mais.

- Seu chato.

- Termine logo o que está fazendo, tenho medo de você "acidentalmente" trocar a pomada por veneno...

- Eu já troquei.

- Sua traíra, querendo que eu morra. - Se fez de vítima.

- Nunca, tenho ciúme da morte.

- Romântica, do jeito que eu gosto.

- Acho que seu cérebro congelou, por isso você está meio biruta.

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⏰ Última atualização: Mar 13 ⏰

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Oh, Who Is He? - Narciso Anasui  𓊕Onde histórias criam vida. Descubra agora