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Ari ficou tão incrédula que me perguntou diversas vezes se eu não estava misturando sonhos com a realidade. Nem minha própria amiga acredita em mim, ou talvez seja bom demais pra se acreditar de primeira. Decidi poupá-la dessa maluquice de stand e foquei só no acontecimento histórico. Histórico porquê nada de interessante acontece na minha vida.

No momento, estava tentando lidar com o convite de Anasui. Ele me convidou para ir na sua casa no final de semana, sei que nos conhecemos há um tempo, mas ainda senti um certo receio. Obviamente, a primeira coisa que Ari fez foi querer me ajudar a montar um "look perfeito" para essa ocasião.

- Eu estou preocupada em como ficar sozinha com ele novamente depois daquilo...! E você simplesmente está pensando em roupas?

- Força do hábito. Mas não precisa ficar tão nervosa, tá na cara que ele gosta de você.

- Justamente por isso que estou nervosa. - Cobri meu rosto com as mãos, lembrando novamente do ocorrido. Ainda me lembrava perfeitamente daquele toque carinhoso.

- Entendi. Acha uma roupa legal que sua confiança aumenta.

- Se me irritar, eu vou de pijama.

- Já vai pronta pra dormir lá, é?

- Não, credo!

- Tá, mas, falando seriamente, não se preocupa tanto. Pelo visto, ele tá caidinho por você. Lembra que me disse que ele foi muito carinhoso e gentil? Isso não acontece por acaso!

- Ainda assim, tô nervosa.

- Quando estiver nos braços dele novamente vai esquecer todo esse nervosismo.

- Nem sei porquê te chamei aqui, só tá me deixando mais envergonhada...

- Você vai me agradecer depois. Tô tentando te ajudar.

- Não tá funcionando muito bem.

- Sabe, acho que não tem muita coisa que podemos fazer agora. É normal que você fique nervosa.

- Podemos fazer algo que não envolva falar dele?

- Claro! Quer assistir um filme?

*

O tempo passou tão rápido que eu estava prestes a desistir, mas não podia e não queria deixá-lo esperando. Foi difícil convencer meu pai, eu não podia contar que estava indo para a casa de um dos funcionários dele, então simplesmente falar que ia na casa de um amigo fez com que ele demorasse a concordar. Pelo menos, deu certo.

Anasui havia me explicado detalhadamente como chegar na casa dele, mesmo assim, fiquei com medo de errar o local. Para minha sorte, ou azar, ele estava esperando em frente a porta e sorriu animadamente ao me ver.

- Espero que minha explicação não tenha sido tão confusa. Foi difícil achar o lugar? - Ele veio até mim.

- Não, nem é tão longe quanto você fez parecer.

- Sou horrível com explicações.

- Se fosse, eu nem teria chegado até aqui.

- Tá, você venceu. Eu estava pensando e me dei conta de que até agora não trocamos nossos contatos. - Me entregou seu celular, na tela de contatos, como se pedisse para que eu digitasse meu número lá.

- Tem razão, nem lembrei disso. - Digitei, desajeitada, torcendo para que ele não percebesse minhas mãos tremendo. - Aqui. - Devolvi.

Oh, Who Is He? - Narciso Anasui  𓊕Onde histórias criam vida. Descubra agora