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Capitulo 22: Medo
Ivar disse a Ubbe para levá-la de volta ao acampamento, sabendo que você não seria capaz de se recompor ou ter coragem de falar com seu irmão depois do que aconteceu. Você não vai querer falar sobre guerra com o homem que matou sua mãe. E ele odeia ter ouvido você quando você o convenceu a entregar as armas aos guardas por ordem de seu irmão. Se ele tivesse guardado, talvez as coisas pudessem ter sido diferentes. Talvez ele pudesse ter poupado você da dor de assistir ao assassinato de sua mãe.
E, no entanto, ele está grato por ter ouvido você porque sabe que se tivesse um machado com ele no momento em que seu irmão voltou para a sala, ele o teria matado ali mesmo. Mas ele tem sua voz em sua mente, dizendo-lhe repetidamente para esperar o momento certo. E isso não é agora.
Ubbe conduz você pelos corredores do castelo, uma mão reconfortante em suas costas enquanto ele permite que você estabilize seu corpo trêmulo, mas segurando sua mão. Ele tenta evitar que outras pessoas andem nos corredores para que você não precise se preocupar com as pessoas olhando para você com carranca no rosto.
Em sua mente, você continua vendo o sangue de sua mãe manchando o chão e o anel da espada empunhada por Aleister ensurdecendo seu ouvido fazendo aquela onda de náusea te atingir como uma pedra. O enjoo é pior desta vez, provocado pelo cheiro metálico de sangue que ainda persiste em seus sentidos. E isso faz você parar no meio do caminho e estender a mão para o pilar ao seu lado.
Desviando o olhar do chão para os jardins arruinados pelos quais você começou a passar, os novos campos de treinamento silenciosos e vazios só pioram a dor.
— Você está bem? — Ubbe questiona, seu lábio inferior tremendo enquanto a memória de você e sua mãe sentada entre as flores do jardim passa em sua mente.
Balançando a cabeça fracamente, sua mão dispara para o estômago que não aguenta mais. O enjoo faz com que você fique de joelhos e seu corpo se curve enquanto o conteúdo de seu estômago deixa seu corpo. Ubbe se ajoelha rapidamente ao seu lado, afastando seu cabelo do rosto e segurando-o com uma mão enquanto a outra corre confortavelmente para cima e para baixo em suas costas.
Quando termina, você abaixa a cabeça entre os ombros enquanto se senta sobre os calcanhares, encostado no pilar e enxugando o rosto com a mão.
— Eu odeio ficar doente — você murmura para si mesma, descansando a cabeça contra a pedra e fechando os olhos.
— Você ainda está doente? Quanto tempo faz? — Ubbe faz perguntas, ajudando você a se levantar novamente enquanto suspira — Desde que chegamos, não é?
Lentamente começando a andar novamente, você franze a testa para si mesma e balança a cabeça.
— Desde antes de sairmos de Kattegat — você corrige, mantendo a mão sobre o estômago porque parece aliviar seu estômago revirado.
