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• Capítulo 02: Dia Dois •
— Ubbe, você está me assustando. O que está errado? Por que você está me olhando desse jeito?
Ela estava genuinamente assustada. Genuinamente inocente e inconsciente do que estava acontecendo. Então, Ubbe só pôde deduzir que estava acontecendo com ele e apenas com ele.
Mas por que?
— Ubbe! — insistiu e ele levantou os olhos olhando para ela.
— Alguém vai tentar te matar hoje.
Algo que ele não tentou da última vez: ele não disse a ela a verdade, mas a verdade só a assustou ainda mais.
— O que? Ubbe do que você está falando? Foi apenas um pesadelo que você teve; Tenho certeza que as coisas estão confusas porque você acabou de acordar... — começou a tentar acalmá-lo.
Mas a mera tentativa de dizer a ele que tudo ficaria bem apenas o enfureceu ainda mais, fazendo Ubbe explodir, nervoso. Sua voz soando cheia de medo e desespero.
— Eu não estou sonhando, porra! Eu vivi esse maldito dia antes duas vezes! Alguém vai tentar te matar e não vou deixar isso acontecer de novo!
S/N se levantou, caminhando em sua direção, segurando seu rosto, sentindo o suor frio em sua pele.
— Marido ... — ela se preparou para dizer algo doce, mas a frieza em sua pele a assustou ainda mais — Você está suando frio... Com o que você sonhou? Você está tremendo!
— Não foi um sonho! — ele gritou, fazendo-a recuar, surpresa.
Ubbe nunca esteve tão nervoso. Nunca tão desesperado. O que havia de errado com ele?
— Eu vi este dia! — ele continuou, olhando para ela — Eu vi o que aconteceu, eu mudei, e ainda assim, o maldito bastardo encontrou outra maneira de te matar! Não dessa vez!
Ubbe se afastou da janela apenas o suficiente para puxar o armário para bloqueá-la. Os olhos assustados e surpresos de sua esposa observaram enquanto ele caminhava até a porta de seu quarto, fazendo algo que nunca havia feito antes em sua casa.
— ESCRAVO!
Ubbe geralmente não chamava os escravos com gritos, mas sua voz ecoou por todo o corredor e logo havia uma escrava na porta deles.
— Ordene aos outros que tranquem a casa e mantenham as portas fechadas e você, chame meu irmão Hvitserk. Diga a ele para cancelar a visita dos camponêses e vir até mim o mais rápido que puder! Vá! — ele empurrou a escrava e ela saiu correndo para cumprir suas ordens.
Então, ele entrou, trancando a porta do quarto, levantando o indicador em direção a sua esposa assim que ela respirou fundo para falar, nem mesmo permitindo que as palavras saíssem de sua boca.
