Segredos

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PASSEI A TARDE INTEIRA NA PISCINA COM A LORENA

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PASSEI A TARDE INTEIRA NA PISCINA COM A LORENA. A PEQUENA NADOU TANTO QUE, QUANDO A NOITE CHEGOU, DORMIU FEITO PEDRA. NA MANHÃ SEGUINTE, O CHUVEIRO QUENTE ME DESPERTOU, JUNTO COM AQUELE CHEIRINHO DE CAFÉ QUE SÓ A DORA SABE FAZER.

Ao entrar na cozinha, encontrei Dora mexendo nas panelas.

— Bom dia, dorminhoco! — ela brincou, virando-se para mim. — Já estava quase mandando a Lorena te arrastar da cama.

Passei a mão no cabelo molhado e me aproximei dela, ainda meio grogue.

— Que nada, mãe. Com esse café no ar, nem precisa — respondi, dando um beijo na bochecha dela.

Lorena, que até então estava quietinha na mesa, praticamente pulou da cadeira ao me ver.

— Tio, tio! Sabia que hoje a gente vai estudar os planetas? — Os olhos dela brilhavam de empolgação.

Depois do café, levei Lorena até a porta. Ver ela crescendo assim, tão rápido, me enchia de orgulho. Desde que descobrimos o autismo dela, sua paixão pelo espaço fazia ainda mais sentido. Era lindo ver como ela se conectava com aquilo que amava.

No caminho para o hospital, o céu estava de um azul impressionante. Pensei na Dora, em como ela fazia tudo parecer mais fácil, cuidando da gente com tanto carinho.

Marina já estava na entrada, toda profissional com sua prancheta.

— Bom dia, doutor Vieira — ela falou, mantendo a postura séria.

Me aproximei devagar, controlando o sorriso.

— Bom dia, doutora Martins — sussurrei próximo a ela. — Que pena que não posso te dar aquele beijo agora, né?

Vi ela corar na hora, mas antes que pudesse me repreender, Margarida surgiu feito um furacão.

— Marina, socorro! Preciso de você! — E, num piscar de olhos, arrastou Marina pelo corredor.

Mal tive tempo de rir quando Bianca apareceu, a preocupação estampada no rosto.

— Doutor, temos um caso diferente — ela começou, folheando uma pasta. — Lorenzo Figueiredo, militar que voltou do Irã. Desmaiou do nada.

No quarto, encontrei Lorenzo com a esposa. Mesmo na cama de hospital, dava pra ver aquele jeito militar dele.

— E aí, Lorenzo, como tá se sentindo? — perguntei, me aproximando da cama.

Ele ajeitou-se nos travesseiros antes de responder.

— Já tive dias melhores, doutor — respondeu com um sorriso fraco.

Depois de conversar sobre os sintomas, pedi uns exames. Quando os resultados chegaram, algo estava muito errado: glicose nas alturas. Franzi a testa, analisando os números.

Destinados a ficarem juntos © 2023 (SEM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora