Capitulo 8 - Meu jeito de sentir

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Voltei para casa do serviço. Morava em uma rua sem saída muito movimentada e barulhenta, era um quintal de mais de dez casas. Por fora não era muito bonita, mas por dentro era aconchegante e bem limpa, ser pobre não quer dizer ser sujo, isso eu sabia bem. Fechei a porta e senti que estava mais leve, não tinha mais o peso nas costas de ter que esconder quem eu era, e nem de levar uma responsabilidade nas coxas, enquanto errava e "pecava", contra uma pessoa que não merecia essas atitudes. Infelizmente eu e Jeann não dávamos mais certo. Fui até a geladeira e vi o quanto ela estava velha, marrom clara e com a borracha gasta, abri e peguei uma cerveja, eu tinha um amor muito grande pelas cervejas, não tinha mulher nenhuma no mundo que conseguia me afastar delas.

Jeann não bebia cerveja, e nem gostava muito de outras bebidas, isso era um sinal desde o começo, mas eu decidi que enfrentaria mesmo assim, eram muitas diferenças entre nós. Ela era devota e religiosa, e eu não. Ela gostava de ler sobre espiritualismo e eu sobre sexo, tudo ao contrario. Só que mesmo não tendo essa harmonia entre os gostos nos dávamos muito bem na cama, ela tinha um fogo que me deixava maluco, e muita energia pra gastar. Fudiamos o dia todo se deixasse.

Fui com minha garra até a mesa do computador e me sentei. Era bom estar em casa. Liguei o som, coloquei Jazz, tomei um gole, ajeitei o teclado, e senti que éramos só nós dois, o meu melhor companheiro, aquele a quem nunca me abandonaria, e quem eu não conseguia abandonar. Mesmo com toda as suas teclas e funções, eu o entendia, não tinha complicação nenhuma, não gritava comigo, não sangrava feito uma cachoeira sete dias no mês, não me pedia presente caro e nem me impedia de tomar minha cerveja. Muito pelo o contrario, eu, minha cerveja e ele éramos o triangulo amoroso perfeito.

A tela ficou clara e eu comecei a tocar nos botões, cada um com uma letra, e cada letra formando as frases. E eu de volta para minha vida boêmia e solitária, agora seria só eu e as historias, nada de "FILHO DA PUTA, TRAIDOR, COVARDE, MALANDRO", nada de desconfiança ou breja jogado fora na minha cara.

Quando um cara sai de um relacionamento que tinha durado mais do que três meses pelo menos, ele não está mais dentro da atualidade do mundo da azaração. A mulher tem domínio tão imenso sobre um homem submisso que ele é capaz até de parar de gostar de mulheres a pedido dela, não duvidem, isso realmente acontece.

Dei mais um gole, e parei para prestar atenção no Billy Paul, ele ia entrar em cena, para fazer sua melhor performance com "Me and Mrs Jones", essa música era a trilha sonora solitária minha comigo mesmo no meu namoro com Jeann, eu tinha escrito um conto sobre nós onde eu alterava o nome da música para "Me and Mrs Jeann", eu não tinha certeza se ela tinha percebido quando lancei o livro, mas estava lá e isso que importava.

Temos que ficar ligados. Mulheres nos cobram o tempo todo e nos criticam quando não prestamos atenção sem querer nos detalhes, mas elas não entendem que não temos tanta percepção assim para coisas tão fúteis, ou tempo para gastar encontrando detalhes em maquiagem, roupas e unhas pintadas de marfim. O estranho é que as mesmas que lutam por um mundo com homens mais atenciosos e cheios de firulas não conseguem captar os nossos detalhes, e se nos damos o luxo de acusá-las da mesma maneira que elas fazem com a gente, entramos na posição de machista, pois tudo que não as agradam é relacionado a machismo. E cá pra nós, eu to pouco me fudendo para opinião de meia dúzia de ciumentas e carentes, que querem casar com você na primeira semana de relacionamento. Jeann precisava de um psicólogo e não de um namorado, ela errou de pessoa.

Billy Paul ia fundo, elevando suas cordas vocais no refrão

"Me and Mrs. Mrs. Jones – Mrs. Jones – Mrs. Jones – Mrs. Jones

We've got a thing going on.

We both know that it's wrong,

But it's much too strong

To let it go now."

Um gênio do Jazz, acalmava meus nervos quando alguma mulher me tirava do sério. Bebi mais um gole e bati nas teclas. O dia não poderia terminar melhor, mas até que meu celular tocou.

- Alô?

- Oi meu escritor favorito...

- Oi, tudo bem?

Por mais que eu não soubesse quem era nas ligações eu nunca perguntava, pois sentia sendo indelicado. A pessoa do outro lado da linha tinha que sentir sendo reconhecida.

- Estava pensando aqui, porque você não vem pra cá tomar umas brejas?

Era a voz doce da Cheer, ela conseguia pressentir quando as coisas não estavam bem, era incrível aquele senso de adivinhar o que acontecia comigo.

- Vou sim, coloque elas pra gelar, baby.

Cheguei à casa dela, ela me esperava na portaria. Subimos as escadas e eu não pude me conter, apertei aquela bunda redonda que tanto me seduzia. Eu sabia que mostrar afeito para Cheer a fazia feliz, pois um garotão da minha idade aumentava a sua moral. Ela com seus 46 anos não era de se jogar fora, muito pelo contrario, tinha um corpo esbelto, com tudo em cima, peitos redondos e com picos largos. Cintura fina e bunda redonda, monte de Venus inchado e coxas grossas. Era o tipo de coroa boa de cama e que dava gosto de ter do lado. Sem contar sua cabeleira ruiva que lhe dava um Q a mais de ternura, eu sou apaixonado por ruivas.

Sua filha estava na cozinha, Cheer precisou chamar a atenção da jovem para me cumprimentar, eu não fazia muita questão, só não gostava de não ser bem vindo, mas da pequena eu já esperava o pior. Não tinha sido um bom rapaz com sua mãe. A enganei quando comecei o namoro com Jaen, e depois menti muitas vezes, e mesmo assim ela continuava do meu lado, eu não tinha como explicar o porque de tudo aquilo, e nem como ela conseguia esquecer tudo de ruim que eu fazia, mas poderia ser a hora de dar valor.

Ela desceu e pegou algumas cervejas no congelador e nos trouxe. Eu comia uns amendoins crocantes e ouvia Rock. Cheer tinha um gosto surpreendente parecido com o meu para música. Ouvia Desde Aerosmith, Bom Jovi, Creed, Ramones, Bee Ges, Coldplay, Oasis e outros, mas sem contar as bandas nacionais, Bruno e Marrone era a nossa favorita.

Eu ouvi o barulho da sua rasteirinha subindo pela escada em espiral de ferro, era inconfundível aqueles intervalos de tempo em que ela levantava a sola de um pé para pisar com a outra. Sentou ao meu lado e voltamos a conversar. Tomamos nossa cerveja e me levantei, puxei ela pelo braço e levantei seu vestido. Ela sabia que hora era aquela, era hora do PAU. Estava sem calcinha como eu gostava, baixei minhas causas e menti na sua buceta, já estava molhada, Cheer sentia tesão enorme por mim, nunca precisamos de preliminares para nos umedecermos. 

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