Capitulo 17 - Transando em quatro

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- Cara, a Cheer me ligou hoje cedo. – disse Cezar.

- O que ela queria?

- Pensei que queria falar sobre você, mas ela veio com uns papos estranhos, querendo se encontrar comigo.

- Oh, merda, não sabia que viveria até o dia que uma de minhas mulheres daria em cima do meu melhor amigo.

- Eu recusei cara, não se preocupa.

- Não é nem por isso, é uma questão de ética sexual, entende?

- Mas vocês ainda estão transando?

- Ah, não, faz alguns dias que não.

- Merda...

- O que foi?

- Perdi uma foda, então.

- Seu porco de merda.

Rimos e Cesar pegou outra cerveja, nós bebíamos bem, não tinha ninguém que nos batia numa mesa de bar. A noite estava agradável para uma foda em quatro, a gente não tinha experimentado nenhuma dessas loucuras, mas nunca era tarde.

- Como você consegue?

- O que?

- Tantas mulheres assim.

- Eu não sei, tenho muita sorte, escrevo sobre essas coisas de sexo, e aí o resto acontece.

- Eu deveria escrever mais, entende... só que não consigo.

- Você precisa viver mais um pouco para poder escrever, inventar relações é um crime.

- Verdade, gosto do seu estilo, me parece um Bukowski com trinta anos menos e um pau menor.

- Andou vendo o pau daquele velho na internet?

- Cara, sou negro, entende? Uma hora as mulheres vão notar que posso acabar com todas elas.

- É verdade mrs Motumbo, mas enquanto isso não acontece, vai se planejando, quando a maré enche, ela não perdoa.

Bebemos mais e então nos levantamos, era hora de fazer alguma coisa antes que o mundo nos engolisse. Peguei minha jaqueta e Cesar a sua, pegamos mais uma cerveja e ganhamos a rua. Era bom estar com alguém que podemos confiar, sem aqueles tapinhas nas costas ou palavras ao vento. Cesar e eu era o essencial, cumprimento nas mãos e a confiança no olhar, era bom ter um irmão. Éramos o café e o leite ou algo do tipo.

O Drink Night Club estava aberto e piscando pra nós. Entramos e nos sentamos no balcão, chegou duas cervejas.

- Essa é por conta da casa, Victor. – me falou a balconista.

Ela tinha um dos meus livros na bolsa, gostava do que eu escrevia e sempre tentava uma chance. Eu não queria misturar as coisas, sempre a via naquele balcão, me servia bem, tinha boas conversas e sempre estava preparada para ouvir as minhas desventuras em serie, transar com ela ia acabar com o que tínhamos de bom entre a gente, mas ela não entendia isso.

- Vai fazer o que depois daqui? – me perguntou.

- Carla, eu não sei se a gente deveria... sabe, pela amizade.

- Está virando um moralista de merda, hein?

- Não é isso... veja, conversamos sempre sobre coisas legais, você me acalma, é uma ótima amiga, e eu não ando muito no clima, entende?

- Não Victor, eu não consigo entender o porquê estou sendo colocado de escanteio.

- Não pense desse jeito, olhe aqui, esse é meu amigo Cesar, ele é muito legal, muito mais do que eu.

- Oi Carla, eu sempre estou aqui, mas acho que não se lembra muito do meu rosto. – disse Cesar.

- Ah, sim, Cesar, sei quem é você, semana passada te levei até a saída, você não conseguia ficar de pé direito.

- Obrigado, aquele não foi um bom dia.

- Bom, vocês já se conhecem, isso é ótimo, acho que vou ir sentar naquela mesa ali, tem uma garota que não tira os olhos de mim.

Fui até a mesa e deixei os dois sozinhos, era a vez de Cesar brilhar. Me sentei perto dela e abri um sorriso forçado, tinha que aparentar estar bem.

- Oi, posso me sentar? – perguntei.

- Já sentou.

- Ah, está esperando alguém?

- Quem poderia ser mais interessante do que um escritor de erotismo?

- Bom, aí você me pegou.

- Sheyla, prazer.

Apertei sua mão e a puxei, dei-lhe um beijo leve.

- Victor Vitoriano.

- Sem essa, quase todas as garotas por aqui sabem quem é você.

- Estão distribuindo meus livros nas universidades?

- Não, mas aquela história com a prostituta que não pagou repercutiu bastante.

- Merda, estou tentando esquecer essas coisas.

- Não tente, faz parte de você, da sua jornada, é mais fácil aprender a viver com isso.

- Você está certa. Pensei que era apenas um rosto bonitinho, mas você tem algumas coisas boas na cabeça.

- Você também não é de se desperdiçar, Victor.

- Então pra que perder tempo, não é?

Ela me beijou e eu correspondi, tinha uma boca e tanto, lábios carnudos, pele dourada, cabelos longos e liso. Peguei-a pelo braço e fui até as escadas. Subíamos e procuramos um quarto. Estavam todos ocupados, passei pelo ultimo e alguém me chamou:

- Victor, ei, venha nesse, essa cama é ótima e bem espaçosa.

Entrei no último quarto e lá estava Cesar com Carla. Fechei a porta e cai na cama, Sheyla veio por cima e nós quatro estávamos dividindo a mesma intimidade, esse era o lado bom das amizades heteros.

A noite foi realmente louca, trocamos as garotas e fudemos as duas ao mesmo tempo. Fizemos como nos filmes pornôs, aqueles clichês de buceta e cu.

O dia amanheceu e eu sentia um peso sobre meu peito. Abri os olhos e era Carla e Sheyla, dormiam tranquilamente em cima de mim.

- Bom dia garotas, onde está o Cesar.

Ninguém me respondeu, tinha garrafas em cima da cama e cigarros amassados. Olhei em volta do quarta, mas parecia ter só a gente ali. Me levantei com cuidado para não acordar as duas e tropecei. Cai com tudo no chão, machuquei o braço.

- MERDA.

- Porra, me deixa dormir.

Era a voz de Cesar, eu não estava sozinho naquela, suspirei e fui até o banheiro. Mijei e lavei a cara. Voltei pra cama e as duas estavam se beijando, era muito sexy ver aquilo, fiquei duro, e desta vez passei com cuidado por Cesar, não queria dividir, eu era um maldito de um egoísta.

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