1. Old Money.

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Old Money – Lana Del Rey

“O amor do meu pai sempre foi forte
O glamour da minha mãe vive eternamente
Ainda assim, por dentro eu me sentia sozinha
Por razões desconhecidas por mim”

*

— Já posso ser liberada, então? – Dahyun perguntava sem paciência ao diretor.
Estava na diretoria por um motivo nada novo: fez mais uma besteira. Junto de suas amigas, Dahyun colou todas as tampas das privadas de todos os banheiros, causando uma baderna por toda a escola.

Ela riu na hora, mas sua felicidade durou poucos minutos. Estava claro que não tinha a menor pretensão de manter uma identidade secreta, afinal sabe que existem câmeras por todos os lados e logo descobririam o autor da peripécia da vez. O diretor Wang rapidamente apareceu atrás de si com uma cara de poucos amigos e catou a coreana sapeca pelo ombro em direção a sua sala.

No recinto, Kim escutou as mesmas palavras de sempre e bocejou propositalmente em muitos momentos. Tentava retrucar, dizendo ter sido um acidente, mas não se esforçava muito para dar à mentira um ar convincente e acabava rindo ao final de cada frase.

Cansado, Wang disse que resolveria tal brincadeira de outra forma, já que a jovem estava irredutível. Pegou o telefone fixo que ficava sempre em sua mesa e digitou os números que já sabia de cor. Ligou para o pai de Dahyun, mas sem sucesso. Tentou o número de sua mãe, mas obteve o mesmo resultado. Kim já estava esparramada na cadeira, impaciente e só queria sair dali, ir pra sala de aula e dormir uma soneca longa na carteira.

— Kim Dahyun? – O homem alto, de voz rouca, cabelos grisalhos e expressão irritada quebrou o silêncio. – Seus pais não atendem por nada.

— Eu disse que era perda de tempo ligar pra eles, você não quis me ouvir... – Deu de ombros.

— Não consigo entender... – A menina franziu o cenho esperando que o senhor terminasse a sentença. – Sei que são ocupados, mas se os vi duas vezes pelo colégio esse ano, foi muito.

— Eu moro com eles e acho que você já os viu mais que eu. – Riu debochada.

— Por que fez aquilo?

— De novo esse papo, tio? – Usou um linguajar inapropriado e logo sentiu o olhar de Wang queimar sobre si. – Desculpe, senhor.

— Dahyun, só queria entender porque tanta rebeldia. – Disse logo depois de bebericar um tanto de água. Já era seu terceiro copo desde que começaram essa conversa. – Pode me explicar?

— Sei o que quer ouvir, então não vou falar nada. A verdade não vai lhe agradar.

— Me diga o motivo real, mesmo que eu não goste disso.

— É divertido. – Disse simples com olhar de desdém.

O homem ouviu a frase e deu para perceber que a menina estava certa: o diretor realmente não queria ouvir aquilo. Se irritou um pouco mais por estar sem solução alguma de como deter as rebeldias da jovem.

— Mandarei uma advertência por você, ok? Exijo falar com seus pais amanhã, caso contrário você não entra na escola.

— Que piada!

— Estou falando sério, Kim.

— Eu também. Diretor, eu sei que é um saco ouvir isso, mas o senhor precisa aceitar que meus pais não vão vir aqui nem fod-

O homem tossiu com os olhos arregalados quando a coreana começou a falar de maneira chula em sua presença.

— Nem ferrando! – Consertou de imediato. – De qualquer forma, cadê o papelzinho? – Se referiu à advertência impressa que levaria.

Tying Cherry Knots | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora