15. Freak.

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Freak – Lana Del Rey

"Mas quando você é agradável, meu amor
Você é tão incrível em todos os sentidos
Você é frio como gelo, meu amor
Eu não quero brigar, meu amor
É como eu disse a você
Se você ficar, eu vou ficar"

*

Pov Dahyun



— Boa noite, senhores. – Meu pai disse ao se aproximar da mesa grande. – Minha mulher, que já conhecem, Kim Hyemi. – Segurou no ombro da minha mãe e a mesma sorriu acenando levemente. – Minha filha é esta aqui. Kim Dahyun. – Puxou-me com força, já que não fui por vontade própria até a frente. – E essa é... Uma amiga de minha filha, Minatozaki Sana. – A japonesa sorriu e curvou-se sem que meu pai pedisse nada, parecia estar habituada a situações do tipo e a também não ligar de fingir toda essa etiqueta.

— Uma Minatozaki entre nós? – Um homem disse alegremente e eu apenas observava tudo aquilo. – Como vai o seu pai, pequenina?

— Vai bem. Estamos todos bem. – Sana respondeu simpática e sentou-se em seguida ao meu lado. 

— Diga a ele que mandei um grande abraço e que o espero nos jogos de quinta-feira, hm? – Ele riu como um tio de churrasco, só faltou dar leves tapinhas na própria barriga. E o faria, acho, se não estivesse usando um terno tão apertado. 

— Digo, sim. – Sorriu mais uma vez e desviou o olhar do desconhecido. 

— O conhece? – Perguntei entre sussurros. 

— Sim, são os pais do Yuta. – Franzi o cenho inevitavelmente. – Yuta é o japonês que estuda com a gente... Meu amigo, lembra?

— Não, nunca o vi mais gordo. – Respondi dando de ombros e mirando nas taças de vinho sobre a mesa que os garçons enchiam a todo momento. 

— Ele que me ajudou quando você desmaiou lá em Busan. 

— Oh, então foi ele que jogou água em mim?! – Assentiu segurando a risada. – Ainda tenho que dar o troco naquele bocó por isso! – Suspirei. – Mas agora vou dar atenção a outra coisa. – Lambi os lábios e Sana me encarou curiosa.

— O que vai fazer? 

— Nada que eu vá me arrepender, tenho certeza. – Sorri sapeca, catei umas das taças vazias e coloquei em minha frente.

— Vai beber? – A Minatozaki perguntou com uma expressão indecifrável por mim. 

— Vou. – Dei de ombros e preparei-me para atuar para quando o garçom chegar até mim e duvidar da minha maior idade. – Silêncio, ele vem aí. – Referi-me ao copeiro. 

— Boa noite, senhoritas. – Ele disse já estendendo a garrafa até meu copo. – Devo servir a dama? – Perguntou-me com uma cara de desconfiado, mas eu já estava atuando e respondi positivamente com uma segurança admirável. 

— Ela tem dezessete anos. – Sana disse estragando meus planos.  

— Oh, desculpe-me. – O rapaz retirou a garrafa e a taça que continha um pouco do líquido. 

— Espera... – Pedi, mas sem resposta. – Droga, japonesa! Por que fez isso? 

— Não vou deixar você beber aqui, numa ocasião como essa. 

— Você não manda em mim, sabia? – A encarei com raiva, mas seu comportamento era indiferente. 

— Nem quero, mas posso impedir que faça esse tipo de bobagem. – Levantei-me de imediato, irada e entediada. Queria sair daquela sala, sair dessa mesa cheia de desconhecidos, sair dessa situação idiota que meus pais me meteram, então nem olhei para trás. – Aonde vai? Dahyun! – Dizia de um jeito que nem era baixo, nem era alto. 

Tying Cherry Knots | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora