9. Hope Is a Dangerous Thing For a Woman Like Me To Have - But I Have.

654 56 66
                                    

Hope Is a Dangerous Thing For a Woman Like Me To Have - but i have – Lana Del Rey

"Ela não poderia se importar menos, e eu não poderia me importar mais
Então, não há nada mais a dizer sobre isso
Exceto que a esperança é uma coisa perigosa para uma mulher como eu ter"

*

Pov Dahyun



— Oi. – Ouvi aquela voz e levantei imediatamente do banco em que estava sentada. – Está esperando há muito tempo? – Era Seulgi.

— Não. – Respondi retirando o fone dos ouvidos. Eles não tocavam música ou qualquer outro som, eu só estava usando para não ter que cumprimentar alguém. – Vamos?

Caminhamos lado a lado, sem pressa e sem silêncio. Conversávamos sobre tudo e sobre nada. Com liberdade para falar qualquer coisa e sem timidez para isso também.

Gosto da amizade que constituí com meu grupo. Todos somos muito próximos e muito sinceros também. Não há amarras, medos ou vergonhas em nossos papos e momentos juntos. Se existe um problema, ele será resolvido em conjunto. Pode levar tempo, mas isso não é um empecilho.

Eu queria poder demonstrar mais o que sinto, queria poder fazer mais por eles e ser mais, mas não consigo. É como se uma trava, quase que uma corrente invisível, me prendesse em mim mesma. Não consigo sair, expressar o que meu subconsciente deseja e nem agir conforme minha criança interior quer. É sufocante, agoniante. É terrível.

— Eu sinto muito que a Yuna tenha feito isso com você, Seulgi. – Comecei. – Foi culpa minha, de certa forma, eu provoquei. Desculpa. – Falei encarando o chão.

— Para, Dubu. – Respondeu com a voz mansa. – A Yuna não fez nada comigo, eu que entrei naquele banheiro e me maltratei.

— Mas ela te induziu.

— Pode até ser, mas se eu não fosse fraca, nada disso teria acontecido. – Suspirou alto demais e eu senti que ela queria chorar, mas não a olhei para confirmar. – A culpa é minha.

— Não diz isso. – Falei com um certo nervosismo. – Você fez o que fez, é fato, mas não tem controle sobre isso, está fora do seu alcance. Pelo menos por agora, enquanto não tem ajuda.

— Eu sei...

— Não quer buscar ajuda? – Finalmente levantei a vista e vi seu rosto sério. Ela não chorava como eu imaginei, mas tinha os olhos tristes.

— Eu quero mudar, mas não sei se consigo.

— Do que você tem medo?

— De mim, talvez. – Deu de ombros e aquela frase me fez enrijecer. – Dos meus pais, do futuro... Eu tenho muitos medos.

— Qual deles impede seu tratamento?

— Não sei... – Fugiu do assunto. Aqui eu entendi que estava perguntando demais, então recuei. – Você disse que me entendia quanto a isso. – Começou a contornar uma aresta que me deixou em estado de alerta. – Por que não gosta de terapeutas e psiquiatras?

— Não gosto de falar da minha vida para ninguém. – Respondi curta e objetiva, encarando o chão novamente.

— Vamos, seja mais específica.

— Você está parecendo um deles agora... – Reclamei, mas ela não parece ter ligado. – Ok... Eu não gosto de falar sobre mim para alguém que não conheço, não gosto de sentir que estou sendo analisada e não gosto que digam como eu sou ou como devo agir. Quem são eles, afinal?

Tying Cherry Knots | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora