30. Beautiful People, Beautiful Problems.

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Beautiful People, Beautiful Problems – Lana Del Rey

"Verde é a cor do planeta aos olhos de um passarinho
Até que ele fique vermelho, fique vermelho com sangue
Nós ficamos tão cansados e nos queixamos
Sobre como é difícil viver
É mais do que apenas um videogame"

*

Pov Dahyun




Horas antes...



— Mei, eu não entendo... – Falei chateada depois de tomar o último gole do suco que a mulher fez para mim. – Eu não entendo como você consegue arrumar um jeito de ficar sorridente, vendo o lado positivo das coisas até numa situação assim... Parece até a... – Cortei a mim mesma, fingindo beber mais do líquido no copo que nem existia mais.

— Pareço com quem? – Virou-se para mim quando acabou de lavar a louça. – Diga, Tofu, com quem a velha Mei se parece? – Sorriu mais uma vez, o sorriso mais gentil do mundo.

— Uma pessoa que eu gosto.

— E essa pessoa tem nome?

— Claro que tem. – Sorri com seu jeito bobo e ela acompanhou. – Eu te conto, mas não aqui... – Olhei em volta e ela entendeu.

— Tudo bem, vamos para o meu quarto ou o seu, pequena? – Colocou um copo d'água e me olhou com cuidado. – Melhor o seu, quando se acalmar, aproveita e pega no sono logo.

— Quero ir para o seu, lá me lembra a infância... – Supliquei involuntariamente com os olhos, fazendo a mais velha derreter e acatar. – Esse cheirinho... – Falei depois de aspirar o ar do cômodo em que Mei dormia a maioria dos dias. – Nunca muda, é sempre tão agradável e nostálgico.

— É só alfazema, Tofuzinha. – Riu simpática. – Eu uso produtos de alfazema aqui, se gosta tanto, posso limpar seu quarto com o mesmo cheiro.

— Não. Esse cheiro pertence a esse quarto, a você. Eu gosto assim, das coisas certinhas e-

— E sem mudanças, eu sei. – Interrompeu completando e sorrindo ao fim da frase, eu fiz o mesmo ao passo que denunciava surpresa e felicidade. – Venha. – Bateu na cama após sentar-se na mesma. – Deite-se aqui, eu faço o cafuné que tanto gosta e você me conta quem é essa pessoa otimista que conheceu.

— Você ainda não a conhece de fato, mas já a viu... – Comecei assim que apoiei a cabeça nas pernas da chinesa. – Ela estuda comigo há muitos anos, mas só agora fomos nos aproximar, sabe?

— Eram apenas colegas antes?

— Antes fosse! – Ri ao lembrar de tudo. – Digamos que a relação que eu tinha com ela não era nada amigável... – Falei desconfiada e notei a expressão negativa da mulher. – É, Mei, nós éramos inimigas. Implicantes demais, sabe?

— Ora se sei! Conheço você até do avesso, Kim Dahyun! Eu sei como é implicante quando quer.

— E até quando não quero! – Gargalhamos. – Enfim, essa garota se chama Minatozaki Sana. Ela é japonesa, líder de torcida, a mais inteligente e queridinha da escola.

— E é por isso que você detestava a coitadinha?

— Mais ou menos. Nós tínhamos uma competição boba por notas, reconhecimento e tal, mas sim, admito que minha implicância maior se dava ao fato dela ser toda patricinha, delicadinha, mimadinha e...

— E o que? – Parou o cafuné e me encarou desconfiada.

— Nada. – Balancei a cabeça em negação e não consegui prosseguir. Fiquei tímida, nervosa. Mei sorria orgulhosa e sapeca, eu não entendia a razão disso e continuava séria. – O que foi?

Tying Cherry Knots | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora