capítulo dezesseis.

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Hailee:

Passei a última hora tentando me ocupar, limpando e organizando o quarto, dobrando as roupas de novo e arrumando por cor as blusas penduradas no armário. Normalmente, isso me acalma, mas dessa vez não ajudou a me distrair do que quer que S/n tenha planejado para hoje.

Mais cedo, recebi uma mensagem misteriosa dela.

Me encontra na entrada da Catedral às 18h20.

Ela não me disse o motivo, nem o que faremos. Só me mandou “vestir uma roupa confortável”. Não sei o que significa, mas, para ser sincera, como a mensagem veio da S/n, o assunto deve ser a Cora. Decido vestir uma roupa confortável, mas bonita.

Enfio os tênis e saio para o pátio.

Do outro lado da rua, a Catedral brilha na luz dourada do sol, baixo no horizonte. Quando me aproximo, encontro S/n sentada no corrimão, com as pernas penduradas para fora. Ela está usando uma camiseta com estampa de motosserras em um pote de cereal, e a calça jeans justa de costume foi
trocada por leggings pretas.

— Que porra é essa que você vestiu? — pergunta ela, me olhando. — Falei para usar uma roupa confortável.

Olho para baixo, analisando minha roupa: short jeans e a mesma blusa que usei na festa, só que de outra cor. Até calcei um tênis.

— Estou confortável — respondo.

Ela passa as pernas para o outro lado, pula do corrimão e desce a escada correndo para me encontrar.

— Era para ser confortável tipo short de malha e camiseta — diz, olhando rápido do meu peito para a minha cara. — No mínimo um top de ginástica, Hailee!

— Bom, devia ter explicado melhor, então — digo, me virando para o pátio. — Mas tranquilo. Vou me trocar.

— Não dá tempo. A gente vai se atrasar — responde ela, olhando para o celular.

Nem tenho tempo para responder. Praticamente preciso correr para acompanhar os passos largos dela.

— Atrasar para o quê? — pergunto quando a alcanço.

Olho para baixo enquanto damos a volta na Catedral do Aprendizado, e é então que noto que ela não está usando nada nas mãos ou nos pulsos.

Normalmente, ela está sempre de anel.

— É a etapa do plano em que você diz que preciso entrar em forma e me leva para a academia? — pergunto. — Porque preciso te contar que não curto exercício e…

— É o quê?

Ela para de andar e me olha, o rosto todo retorcido, como se eu a tivesse ofendido feio.

— Não — diz. — Por que eu diria uma coisa dessas?

— Parece exatamente algo que você diria — digo, ignorando a reação exagerada.

— Quer saber, Hailee? Sei que sou bonita para caralho, e, tudo bem, talvez goste de flertar um pouco mais do que devia, mas não sou a piranha burra, egoísta e superficial que todo mundo acha que sou. Que você parece achar.

— Tá legal — respondo, dando um passo para trás.

Nunca a vi mostrar emoções de verdade. Nem sabia que era possível ofendê-la.

— Pior que achei que a gente podia construir uma amizade de verdade, mas, se você me acha tão escrota… — diz, e faz uma pausa. — Hailee, eu nunca falei nada sobre sua aparência, nunca, porque não tem nada de errado com você. Então não coloca palavras na minha boca.

Ela Fica Com A Garota • Hailee Steinfeld and YouOnde histórias criam vida. Descubra agora