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As fortes e geladas rajadas de vento
fizeram Marília encolher todoo seu
corpo, em pleno final de outono o frio
castigava quase severamente. A garota
estava guardando seu crachá en sua
bolsa quando suas chaves caíram no
chão. Imagine ter que tocar no metal,
agora molhado, em pleno nove graus
Celsius?

Serenava devido à hora: Pouco mais
das onze da noite. Marília fez o que
mais cedo ou mais tarde teria que fazer
e acabou pegando a chave do chão. A
garota voltou a se levantar, todavia,
algo não a deixou se mover. Ela fechou
os olhos ao cair em percepção de que
deveria ter ido visitar a senhora almira e
Maiara.

Seus passos foram desajeitados e
apressados para dentro do hospital
e logo ela estava no elevador rumo
ao quarto da garota. Por sorte não
precisou ter que gravar outros
números de quartos aquele dia, se
não, com certeza teria problemas em
se lembrar do número do quarto de
Maiara.

Assim que chegou ao piso em que
deveria descer, ela rumou para o
quarto. Deu três suaves batidas na
porta e logo a mesma foi aberta.

-Olá. - Ela disse docemente.- Muito
tarde? Se quiser eu posso voltar
amanhã e...

- Não se preocupe, criança. Entre, --
Almira disse, vendo Marília Agora não
uniformizada entrar. A garota deixou
a bolsa no canto da sala e se aproximou
de maiara.

- Olá, maiara. Como está? - Marília
disse, vendo almira voltar a se sentar em
sua cadeira. - Vejo que pentearam seus
cabelos. Está linda!

- Ninguém a visitava e, bem, ela
sempre gostou de ficar bem arrumada
para as visitas. Dei uma leve ajeitada.
-almira disse sorrindo fraco e Marília
agradeceu mentalmente por ter
lembrado de visitá-la. A mulher teria
se chateado caso o cérebro de Marília
resolvesse falhar em lembrá-la de algo
novamente.

- Oh!- Marília isse. A menor analisou
a expressão da mãe de maiara. Aquela
mulher carregava consigo uma dor tão
profunda que transparecia no brilho
de seus olhos. - Viu só, maiara? Sua
mae ainda se lembra seus gostos.-
Almira riu baixinho e assentiu.

- Você é muito especial, Marilia. - almira
disse, causando um sorriso no rosto da
menor.

- Obrigada, senhora. - Ela disse
sentindo-se lisonjeada. - maiara, vou
contar para você e sua māe sobre o
meu chefe, quer escutar?-- Marília
perguntou sorrindo. - Ele brigou muito
comigo por ter entrado aqui mais cedo.
Ele realmente não deve gostar de mim.
- Falou rindo.

-Oh, querida. Enganos acontecem. Por
que ele brigaria com você?

- Por importunar a paz de uma família.
Eu deveria ter ido à outro quarto. Levei
bastante xingo, mas sabe, maiara?
Gostei de conhecer vocês duas.- A
porta foi aberta de supetão, roubando a
atenção do momento para o doutor que
entrava na sala.

- Boa noite, moças. Como estamos por
aqui? -- O homem que aparentava
seus quarenta e poucos anos
era ligeiramente grisalho, mas
incrivelmente lindo e simpático.

Temos visita nova para você, maiara?
- O homem disse em um tom Alegre e
empolgado.

-Marília é nossa nova amiga, Doutor
Ricardo.- almira disse sorrind0, se
afastando para dar lugar ao médico,
que retirava sua pequena lanterna do
bolso de seu jaleco.

- Vamos lá. - Ele disse, abrindo um
dos olhos de maiara e jogando luz
nele. Marília pôde ver que os olhos
eram verdes também, uma tonalidade
incrível, se fosse ser honesta.

-Você não se incomoda com isso,
Maiara? Se alguém jogasse luz nos
meus olhos eu choraria de raiva.

- Marília disse rindo. - Sou meio
explosiva na TPM.

- Como disse que se chamava? - 0
medico perguntou, se virando para
Marília.

- Bem, eu não disse. Almira que me
apresentou. Sou Marília.

- Certo. Marília..

- Já sei. Pedirá silêncio. Desculpe! - Ela
disse rindo um pouco envergonhada.

- Muito pelo contrário. Continue
falando. -marilia  arqueou uma
sobrancelha.

-Bem, eu não entendi, mas tudo bem.
Sou fácil em falar coisas aleatórias do
nada. Isso me faz parecer louca? - Ela
perguntou, vendo almira rir.

- Não, querida. - A muher respondeu
gentilmente.

-Marília, ande até a porta, por favor.

-0 homem pediu e Marília assentiu
confusa. - Vá falando, - Que espécie
de louco aquele médico era? Marília
resolveu acatar seu pedido mesmo
assim.

- Eu não posso ficar falando sozinha,
doutor. O senhor me pede para falar,
mas é complicado e isso compromete a
minha imagem na frente de maiara.

- Repita o nome dela. - O homem
pediu com veemência.

- Está tudo bem, doutor? - almira
perguntou preocupada. O homem
jamais fizera algo assim em todos os
anos que estivera ali. Ele era apenas
um interno quando foi apresentado ao
caso e permaneceu até os dias atuais ao
lado daquela família.

- Sim. Só preciso que marilia repita o
nome da maiara.

-Claro. Maiara, eu não sei porque o
doutor quer que eu repita seu nome,
mas gosto de "maiara". E um bonito
nome e por isso repeti sem problemas.

O homem soltou uma risada animada e
apagou a lanterna, olhando para almira
visivelmente comovido. Ele havia se
apegado à garota e dizia que naqueles
quatorze anos maiara lhe ensinava
sobre perseverança todos os dias.

- Senhora almira, podemos trocar uma
palavra?- Ele perguntou e almira olhou
confusa e assustada para ele.

- Eu prefiro que Marília esteja comigo.
- Ela confessou. - Você sabe que eu
não tenho... mais ninguém, doutor.

- Os olhos negros do homem se
direcionaram para Marília antes de ele
assentir,.

- Tudo bem. - Ele disse. - Senhora
Almira , de alguma maneira a sua
filha parece responder quando ouve.

As pupilas se dilatame se movem,
porém..

- Oh meu Deus. - almira disse levando
sua mão à própria boca. - Ela nos
ouve? Oh meu Deus. Minha filha... - A
mulher começou a chorar e o doutor
respirou fundo.

- Preciso que se acalme, senhora.
Ainda tem mais. - Ele disse, vendo-a
limpar algumas lágrimas e voltar a
fitá-lo. Almira sentiu um aperto cálido
em sua mão, virando-se apenas para
ver que era de Marília.

- Prossiga, Doutor.

- Bem, o mais estranho de tudo é que,
bem... maiara só responde à voz de
Marília. Eu falei e nada, a senhora
falou e nada, Marília falou e seus olhos
a seguiram. Quando Marília proferiu
o nome dela era como se seus olhos
quisessem se aproximar dela.

-Está dizendo.. - almira foi cortada
pelo Doutor.

- A voz de Marília é o estímulo que
procuramos todos esses anos para
Maiara, almira. - Marilia piscou
lentamente, tentando processar o que
acabara de escutar. Como raios seu dia
se tornora tão louco?

Sei que os olhos de maiara não são verdes mas tem que ser assim...por conta da fic..♡

Em Um Piscar de olhos....[mailila]Onde histórias criam vida. Descubra agora